segunda-feira, 8 de julho de 2013

Grupo reúne detetives particulares em Feira


Em Feira de Santana (a 108 km de Salvador), 302 detetives particulares estão registrados na empresa FBI - Federação Brasileira de Investigação, com sede no município. Diariamente eles são contratados para investigar desaparecimentos de adultos, crianças e animais domésticos, bem como para a produção de provas para fins judiciais, em casos de adultério, furtos, roubos, homicídios e ameaças anônimas, entre outros. Os serviços, a depender da complexidade, variam de R$ 3 mil a R$ 40 mil.
A empresa FBI funciona em uma sala localizada no Centro de Feira de Santana. Logo na entrada do escritório, há uma câmera filmadora. Abaixo, um cartaz do filme Homens de Preto dá as boas vindas. Bonés e óculos pretos, botões de camisas, canetas e óculos que fotografam e filmam, algemas, lunetas, máquina fotográfica, binóculos, lupas, celulares e luvas completam o cenário do "QG" investigativo.
Segundo José Pedro Pereira Nunes, 50, casado, seis filhos, conhecido como "detetive Dé", proprietário da FBI, a profissão de detetive particular é reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal pela Lei 9649/98, e artigo 58º da mesma lei. "A profissão de detetive particular é livre de qualquer embaraço fiscalizador, por parte de qualquer órgão, sejam conselhos, associações, etc", informa.
007- Registrado na FBI com o numero 007 (nos faz lembrar de Bond, James Bond), Dé diz que se especializou nos Estados Unidos, onde estudou a profissão durante seis meses. Segundo ele, a empresa é muito procurada por pais preocupados com os comportamentos dos filhos nas escolas. "Eles querem saber se os jovens usam drogas, armas e com quem andam". Hoje esse tipo de contratação é o mais comum, segundo Dé, "mas os casos de adultério também têm gerado muitas investigações", acrescenta.
Falando de adultério, o detetive particular informou que normalmente os homens traem muito mais do que as mulheres. "Elas apenas se vingam". Dé revela que o horário preferido para as "puladas de cerca" é exatamente o horário do almoço. Na estatística do detetive, o município de Serrinha (a 180 km de Salvador), tem o maior índice de traições amorosas.
Ele garante ser procurado por empresários de vários estados do País como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santos, Manaus e Alagoas. Dé diz também que já prestou serviços no Irã e no Iraque. "Fui em missão especial, a serviço dos EUA. Não posso dizer para quê, porém obtive sucesso".
Polícia - Segundo o coordenador de Polícia Civil do município, Ricardo Brito, a função oficial de investigação é prerrogativa da Polícia Civil e do Ministério Público: "Não trabalhamos em parceria com detetives particulares, nunca precisamos desse apoio".
O tenente-coronel PM Elenilson Santos, subcomandante do Comando de Policiamento Regional Leste não vê "nada demais" nessa profissão, desde que haja profissionalismo e que a empresa seja legalizada.

"Os profissionais precisam manter o sigilo dos fatos apurados, sem expor a liberdade e a vida dos envolvidas no processo investigativo", lembra.