O governo da presidente Dilma Rousseff pediu esclarecimentos
aos Estados Unidos sobre a suposta espionagem de comunicações eletrônicas e
telefônicas de empresas e cidadãos brasileiros pela Agência Nacional de
Segurança (NSA, na sigla em inglês) norte-americana. "Recebemos com grave
preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de
cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por órgãos de
inteligência norte-americanos", disse o ministro das Relações Exteriores,
Antonio Patriota, em comunicado. O governo acionou os EUA através da embaixada
do Brasil em Washington, e do embaixador norte-americano no Brasil.
O jornal Globo afirma que funcionou em Brasília, pelo menos
até 2002, uma das estações de espionagem nas quais agentes da Agência de
Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) trabalharam em conjunto com a
Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. A capital do Brasil
fez parte da rede de 16 bases dessa agência dedicadas a um programa de coleta
de informações através de satélites de outros países. Um deles tem o título
“Primary Fornsat Collection Operations” e destaca as bases da agência.
A publicação afirma ainda que há também um conjunto de
documentos da NSA, de setembro de 2010, que pode levar à conclusão de que
escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas
Nações Unidas, em Nova York, em algum momento teriam sido alvos da agência. Os
documentos da NSA foram vazados por Edward Snowden, técnico em redes de
computação. Ex-empregado da CIA, ele trabalhou na agência nos últimos quatro
anos como especialista subcontratado de empresas privadas. Há um mês, o jornal
britânico “The Guardian” publicou reportagens com as primeiras revelações de
Snowden sobre operações de vigilância de comunicações realizadas dentro e fora
das fronteiras dos Estados Unidos.