Duas semanas depois de receber críticas e ameaças de líderes
evangélicos por ter recebido movimentos sociais ligados à causa gay, a
presidente Dilma Rousseff deverá receber na próxima semana representantes
evangélicos no Palácio do Planalto.
Responsável pela interlocução com movimentos sociais, o
ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse nesta
quarta-feira (3) que ainda não há data nem representantes confirmados, mas que
a agenda será definida no intuito de continuar debatendo "o momento
nacional".
A reunião faz parte da estratégia do governo para dar uma
resposta às manifestações que tomam conta das ruas em vários Estados.
Na semana passada, pelo Twitter, o deputado Pastor Marco
Feliciano mandou uma mensagem para o pastor Silas Malafaia sobre uma reunião da
presidente com ativistas LGBT. "Somos ou não somos invisíveis?",
questionou. Ainda pela rede social Malafaia subiu o tom da reclamação e disse
que Dilma tem recebido até "vadias", mas esqueceu dos evangélicos.
Segundo o ministro, Dilma deverá receber também, a partir de
sexta-feira, movimentos organizados do campo, além de ativistas da cultura
digital, do movimento feminista, de grupos ligados ao combate à desigualdade
racial e de povos indígenas. Ele afirmou também que ela receberá autores de
"blogs populares".
"Seria um ciclo novo que estamos abrindo, além dos que
já fizeram, sempre nessa perspectiva da importância de ouvir a sociedade, as
demandas, aquilo que as ruas manifestaram", disse.
"É um momento da presidenta ouvir diretamente questões,
sugestões, análises do movimento sobre o momento nacional e, claro, apresentar
as suas demandas, que, na medida do possível, serão tratadas depois pelo
governo", completou o ministro.