quarta-feira, 5 de junho de 2013

Um ato de desespero e amor; Depois de ver o filho se acabar no consumo de crack, a dona de casa acorrentou o filho e colocou um cadeado.

Depois de ver o filho se acabar no consumo de crack, a dona de casa Marilene Alves Leôncio (53), moradora na avenida Dom Pedro II, na Vila Planalto, em Caarapó, acorrentou o filho e colocou um cadeado. Agressivo, o rapaz de 26 anos não se conforma em ficar em casa e constantemente faz até ameaças de morte a mãe.
Foi na noite de segunda-feira (3) que a dona de casa resolveu tomar a decisão de não deixar o filho sair de casa. Recentemente ela procurou ajuda ao CaarapoNews (Relembre) e as autoridades do município, entre elas um vereador e o defensor público, mas a grande dificuldade é encontrar uma vaga para internação. "Toda vez que procuro internação a resposta é a mesma: não há vagas. Não dá para deixar ele assim. Estou com medo, quero salvar meu filho", desabafa a mãe, que não possuiu condições de pagar um tratamento particular. Marilene conta que o rapaz ficou furioso com as correntes, mas essa foi à única solução que ela disse ter encontrado para que ele não saia de casa. “Ele está nervoso, agressivo, faz ameaças e tentou estourar o cadeado, só não conseguiu porque os seus irmãos ficam em cima. È difícil ver ele assim, mas foi a única maneira que encontrei para que não matem ele na rua”, explica. Ameaças de morte A intranquilidade na vida da família é constante, não a um minuto de sossego. Quando não são os gritos do filho usuário de drogas, Marilene atende pessoas que chegam na porta da casa dela cobrando dívidas de droga e querendo dinheiro. Alguns dizem que vão matar o filho viciado. "Ele pega celular e as coisas das pessoas, vende e fuma tudo em droga. Eles já me avisaram que vão matar meu filho e não vão perdoar. Preciso salvá-lo e arrumar logo uma clínica para ele deixar as drogas", suplica a mãe. Recentemente o vereador André Nezzi (PSL), que acompanha o drama dessa mãe, a acompanhou na Defensoria Pública do município. “Fomos até lá, contamos a história dela ao defensor, que nos atendeu muito bem, porém, existem vários outros casos parecidos como esse e estamos tentando, junto com ele, uma ordem judicial para uma internação compulsória do rapaz”, explica o vereador, relatando que na semana retrasada conseguiu juntamente com o secretário de saúde Ireu Barros e o prefeito Mário Valério o pedido de internação de uma gestante, viciada em crack, portadora do vírus HIV. “Esperamos ter o mesmo sucesso também nesse caso. Sabemos que o problema é muito mais amplo do que uma simples internação, mas acho que de momento já vai aliviar o sofrimento dessa família”, finalizou Nezzi.