Uma adolescente de 17 anos alega que está sofrendo as consequências de um erro médico ocorrido durante o parto normal de sua primeira filha na maternidade de Carapina, na Serra. A pequena Camille nasceu no dia 27 de abril. Mas o que deveria ser sorrisos, tornou-se lágrimas. Kathyanne Miranda não teve dilatação suficiente e o parto forçado acabou gerando uma lesão física e emocional.
"O meu sonho era ter dois filhos, mas estou tão traumatizada que, se Deus me deixasse estéril, eu agradeceria. Não quero filho nunca mais. Eu preciso de ajuda para andar e sinto dores", comentou a jovem. "Em momento nenhum eles tentar fazer a cesária. Eu cheguei a pedir chorando, mas não fizeram. A médica disse que faria se houvesse necessidade, mas não fez", acrescentou a avó da criança, Francilene Pereira.
A jovem não tem condições de cuidar da filha e o apoio da sua mãe tem sido imprescindível. "Eu não posso mais trabalhar. Levei uma adolescente grávida para o hospital e trouxe duas crianças. Não posso deixá-la sozinha", acrescentou. 0
Por causa da infecção e dos medicamentos que precisou tomar, Kathyanne só pode amamentar a filha três dias após o nascimento. Hoje, por causa da próxima cirurgia, ela precisa usar leite industrializado e tem contado com a ajuda financeira de vizinhos. "Fiquei muito inconformada com a situação. Todos os vizinhos estão revoltados. Eu tenho 62 anos e é a primeira vez que vejo um caso desses", reclamou Creuza Madre.
A família cobra respostas e justiça. "Uma médica como essa não pode mais exercer a profissão. Ela errou e foi gravíssima. Agora minha sobrinha está usando uma sonda", relatou a tia da jovem Nilcelena Pereira.
A família cobra respostas e justiça. "Uma médica como essa não pode mais exercer a profissão. Ela errou e foi gravíssima. Agora minha sobrinha está usando uma sonda", relatou a tia da jovem Nilcelena Pereira.
Agora a jovem aguarda o dia da próxima cirurgia com a esperança de voltar a ter uma vida normal, mas já sofre por saber que mais uma vez será separada da filha. "Eu só quero justiça, já que me largaram lá como um cachorro com uma doença. Só quero justiça. Graças à Deus que eu tenho mãe. Se não tivesse, eu teria morrido", finalizou.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde da Serra informou que a laceração é comum em 11% dos partos normais e acontece por conta do tamanho do bebê. A secretaria alega também que o fato não há relação com o esforço da médica responsável pelo parto. De qualquer forma, o caso vai ser investigado e, se for constatado o erro médico, a secretaria vai acionar o Conselho Regional de Medicina.
