O ano de 2015 deve ter menção especial na história da
cacauicultura do estado da Bahia – maior produtor nacional da fruta. Neste
segundo semestre, a região retomou sua participação no mercado mundial, do qual
estava afastada havia mais de 20 anos por causa da incidência da doença da
vassoura-de-bruxa nas lavouras da fruta. A exportação de 6,6 mil toneladas de
amêndoas de cacau – avaliadas em R$ 15 milhões – deu novo ânimo aos
cacauicultores baianos. Isso mostra que o setor está readquirindo a condição de
exportador em potencial do agronegócio brasileiro, avalia a Comissão Executiva
do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O embarque do produto no Porto de Malhado, em Ilhéus, sul
baiano, com destino ao de Hotterdã, na Holanda, tem enorme significado para o
setor cacaueiro do sul da Bahia. Esse é o resultado de uma intensa luta contra
a vassoura-de-bruxa, que devastou as plantações da fruta da região em fins dos
anos de 1980. De lá para cá, a Ceplac coordenou uma séria de ações, com apoio
de instituições de pesquisa e de assistência técnica, para combater a praga,
diz o diretor substituto da Ceplac, Edmir Ferraz. “Passados 26 anos da
ocorrência da vassoura-de-bruxa nos cacauais da Bahia, as ações de pesquisa
integradas à assistência técnica e extensão rural, desenvolvidas pela Ceplac,
resultaram na retomada da produção e produtividade da lavoura cacaueira”,
destaca Ferraz.
A praga, lembra, foi registrada pela primeira vez em 23 de maio
de 1989, em Catolé, no município baiano de Uruçuca. “Essa temível enfermidade,
até então confinada à Amazônia, promoveu brutal desorganização da base
produtiva do cacau.” //Informações do Mercado do Cacau.