Um estudo liderado pelo professor David Nutt, da Universidade
de Bristol, no sudeste da Inglaterra, analisou 20 drogas ilícitas e lícitas e
as classificou numa escala do nível de dependência, efeitos no organismo e
interação social. Confira as dez piores drogas:
1º. Heroína:
A heroína ou diacetilmorfina é uma droga opióide natural ou
sintética, produzida e derivada do ópio, extraído da cápsula (fruto) de algumas
espécies de papoula. Foi usada enquanto fármaco de 1898 até 1910, ironicamente
(uma vez que é muito mais aditiva) como substituto não causador de dependência
para a morfina e antitússico para crianças. A heroína foi proibida nos países
ocidentais no início do século XX devido aos comportamentos violentos que
estimulava nos seus consumidores. Em forma líquida, ela é usada com uma
seringa, que injeta a droga direto nas veias, mas também pode ser inalada.
2º. Cocaína:
É classificada uma droga alcalóide, derivada do arbusto Erythroxylum
coca Lamarck, estimulante com alto poder de causar dependência. Seu uso
continuado, pode levar a dependência, hipertensão arterial e distúrbios
psiquiátricos. Em forma de pó, a droga pode ser consumida de várias formas, mas
o modo mais comum é pela aspiração. Em 1863, o químico Angelo Mariani
desenvolveu o vinho Mariani, uma infusão alcoólica de folhas de coca, que
chegou a ser muito apreciado pelo Papa Leão XIII, que inclusive premiou Mariani
com uma medalha honorífica. A Coca-Cola seria inventada em parte como tentativa
de competição dos comerciantes americanos com o vinho Mariani importado da
Itália. Segundo rumores, o refrigerante continuaria desde a sua invenção até
1903 a incluír cocaína nos seus ingredientes, e os seus efeitos foram sem dúvida
determinantes do poder atractivo inicial da bebida. Em 1885 a companhia
americana Park Davis vendia livremente cocaína em cigarros, pó ou liquido
injectável sob o lema de “substituir a comida; tornar os covardes corajosos, os
silenciosos eloqüentes e os sofredores insensíveis à dor”. Apesar do
entusiasmo, os efeitos negativos da cocaína acabaram por ser descobertos.
3º. Barbitúricos:
Barbitúricos são sedativos e calmantes. São usados em
remédios para dor de cabeça, para hipnose, para epilepsia, controle de úlceras
pépticas, pressão sanguínea alta, para dormir. Nos primeiros anos de uso dos
barbitúricos não se sabia que poderia causar dependência, mas já havia inúmeras
pessoas dependentes. Hoje há normas e leis que dificultam uma pessoa a obter
esse composto. Os barbitúricos provocam dependência física e psicológica,
diminuição em várias áreas do cérebro, depressão na respiração e no sistema
nervoso central, depressão na medula, depressão do centro do hipotálamo,
vertigem, redução da urina, espasmo da laringe, crise de soluço, sedação,
alteração motora.
4º. Metadona (Ópio):
O ópio (do grego ópion, “suco de papoila”, pelo latim opiu) é
um suco espesso que se extrai dos frutos imaturos (cápsulas) de várias espécies
de papoilas soníferas (gênero Papaver), e que é utilizada como narcótico. O uso
do ópio mascado ou fumado, que se espalhou no Oriente, provoca euforia, seguida
de um sono onírico; o uso repetido conduz ao hábito, à dependência química, e a
seguir a uma decadência física e intelectual, uma vez que é efetivamente uma
droga destruidora do organismo. Para se fumar o ópio, utiliza-se um cachimbo
especial, com uma haste de bambu e um fornilho de barro, e os seus adeptos
seguem um verdadeiro ritual. Pode ser utilizado ainda, como comprimido,
supositórios, etc.
5º. Álcool:
A bebida alcoólica pode ser considerada como a droga mais
vendida no planeta, e o alcoolismo, dela decorrente, é um sério problema de
saúde pública mundial. Pesquisas recentes sobre os efeitos do álcool no cérebro
de adolescentes mostram que essa substância, consumida num padrão considerado
nocivo, afeta as regiões responsáveis por habilidades como memória,
aprendizado, autocontrole e principalmente a motivação. Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), estudos apontam que o “consumo baixo ou moderado de
álcool” resulta em uma redução no risco de doenças coronárias. Porém, a OMS
adverte que “outros riscos para a saúde e o coração associados ao álcool não
favorecem uma recomendação geral de seu uso”. Foi comprovado que o consumo moderado
de álcool está associado a um maior risco de doença de Alzheimer e outras
doenças senis, angina no peito, fraturas e osteoporose, diabetes, úlcera
duodenal, cálculo biliar, hepatite A, linfomas, pedras nos rins, síndrome
metabólica, câncer no pâncreas, doença de Parkinson, artrite reumática e
gastrite.
6º. Cetamina:
O cloridrato de cetamina é uma droga dissociativa usada para
fins de anestesia, com efeito hipnótico e características analgésicas.
Conhecido remédio para cavalo, é consumida por conter efeitos psicotrópicos, os
quais vão de um estado de leve embriaguez até a sensação de desprendimento da
alma em relação ao corpo. Pode ser inalada, engolida ou injetada direto nas
veias sanguíneas. Essa droga aumenta a resistência vascular pulmonar que em
pessoas com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), comum em fumantes e
bronquíticos, e se utilizado por essas pessoas pode precipitar uma
insuficiência cardíaca direita. Também aumenta a pressão arterial e o consumo
de oxigênio pelo coração, podendo levar a um infarto fulminante do miocárdio.
7º. Benzodiazepinas:
Pertencente ao grupo de fármacos ansiolíticos, esta droga é
usada no tratamento sintomático da ansiedade e insônia. A benzodiazepina vem em
forma de comprimido e seu uso causa dependência psicológica e física,
dependente da dosagem e duração do tratamento. A dependência física
estabelece-se após 6 semanas de uso, mesmo que moderado. Os problemas de
dependência e abstinência são comparáveis aos de outras substâncias que causam
depêndencia, tendo-se transformado, nos países aonde há um uso mais
generalizado, num problema de saúde pública, que só agora começa a ser
reconhecido na sua verdadeira escala.
8º. Anfetamina:
Em estado puro, as anfetaminas têm a forma de cristais
amarelados, com sabor intragavelmente amargo. Geralmente ingeridas por via oral
em cápsulas ou comprimidos de cinco miligramas, as anfetaminas também podem ser
consumidas por via intravenosa (diluídas em água destilada) ou ainda aspiradas
na forma de pó, igual a cocaína. Nas últimas décadas, a anfetamina tem sido
usada em massa em tratamentos para emagrecer, já que a droga é temporariamente
eficaz na supressão do apetite. No entanto, conforme o tempo passa, o organismo
desenvolve tolerância à anfetamina e torna-se necessário aumentar cada vez mais
as doses para se conseguir os mesmos efeitos, o que pode fazer com que o
apetite desapareça e torne o usuário anoréxico. Ao contrário do que os médicos
pensavam quando se começou a utilizar a anfetamina, a droga não causa
dependência física, mas psicológica, podendo chegar a tal ponto em que o
abandono de seu uso torna-se praticamente impossível.
9º. Tabaco:
O tabaco é nome comum dado às plantas do género Nicotiana L.
(Solanaceae), em particular a N. tabacum, originárias da América do Sul da qual
é extraída a substância chamada nicotina. O usuário da nicotina, presente no
cigarro, charuto, cachimbo e rapé, aumenta a probabilidade de ocorrência de
algumas doenças, como por exemplo infarto do miocárdio, bronquite crônica,
infisema pulmonar, derrame cerebral , úlcera digestiva, etc. Após uma tragada,
a nicotina é absorvida pelos pulmões chegando ao cérebro geralmente em 9
segundos. Os efeitos são uma leve estimulação do cérebro e diminuição do
apetite. Não há, na realidade nenhum efeito mais intenso ou importante. No
entanto, o cigarro tem um potencial muito grande de provocar câncer, já que o
fumo contém cerca de 80 substâncias cancerígenas. Há também estudos mostrando
que as pessoas que fumam entre um e dois maços de cigarros por dia vivem cerca
de 8 anos menos do que aqueles que não fumam.
10º. Buprenorfina:
A droga é derivada da heroína e serve como substituta para os
usuários de ópio e heroína que já estão viciados e completamente destruídos
pela droga. Vem fazer com que o adicto não sinta a ressaca da abstinência tão
violentamente e que, a médio prazo, lide de forma mais saudável com o fim do
vício pelo ópio ou por heroína. Este medicamento de substituição tem revelado
bons resultados e funciona da seguinte maneira: no começo usa-se uma dosagem de
acordo com os consumos do viciado em heroína, que vai sendo vigiada e reduzida
lentamente até 0 miligramas, conforme o paciente não sinta mais a necessidade
dos opiácios (morfina e heroína).
Obs: Não consta na lista o crack por ela ser uma droga
subproduto da cocaína. Considerada a droga de submundo.