A suspeita de ter sequestrado o menino Kayzon, de apenas 17
dias, no último dia 19, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, negou que tenha
sequestrado a criança. Leandra Aleluia Leal Rodrigues, de 36 anos, afirmou que
foi Carolaine de Augusto Souza, de 17 anos, mãe do bebê, que o entregou por
vontade própria. A suspeita ainda inocentou sua filha, que foi apreendida na
quinta-feira da semana passada, do crime. Para a polícia, a adolescente também
colaborou no rapto do bebê.
- Não sou ladra. Não sou ladra - disse Leandra, presa nesta
segunda-feira depois de se entregar à delegacia sob orientação de dois
advogados.
Revoltado com a declaração, Rafael dos Reis, pai de Kayzon,
de 20 anos, afirmou que confia na mulher.
- Ela tá falando que minha mulher ia abandonar nosso filho.
Isso é mentira. Faço de um tudo para dar boa condição para eles. Acredito na
minha mulher do começo ao fim. Não estamos cinco anos juntos à toa - disse
Rafael.
Depois da afirmação de Leandra, o delegado Hilton Pinho
Alonso, titular da 35ª DP (Campo Grande), informou que vai voltar a ouvir
parentes do bebê para tirar algumas dúvidas.
Pais comemoram prisão
Os pais de Kayzon comemoraram a prisão da suspeita do crime
nesta segunda-feira. Para Carolaine, a “justiça foi feita”. A adolescente
contou ainda que está se sentindo aliviada com a prisão de Leandra.
- Quero que ela pague agora por tudo que fez. Ela tem que
ficar presa. Eu pedi justiça e a justiça foi feita - afirmou Carolaine.
Já Rafael disse que não perdoaria Leandra de jeito nenhum.
- Não vou desejar nenhum mal para ela, mas não perdoaria. O
que essa mulher fez foi errado. Filho é fruto de muito amor - contou Rafael.
Apesar da prisão da suspeita, o casal ainda tem medo de sair
de casa com a criança. Eles estão com receio de sofrer retaliações pela
exposição do caso, além de não saberem quem foram os verdadeiros culpados pelo
sumiço do bebê.
Investigação
A Polícia Civil suspeita que Leandra tenha raptado Kayzon
porque ela teria inventado para o atual marido que estava grávida. A hipótese
surgiu depois que parentes de Leandra contaram que ela já havia ligado as
trompas. Outros afirmaram que ela sofreu um aborto. Assim, o bebê serviria para
ficar no lugar da criança inventada. Em seu perfil no Facebook, a suspeita
aparece com a mão na barriga, ao lado de um berço. Há ainda outras imagens
ligadas ao universo de bebês em sua conta na rede social.
O crime ocorreu quando Leandra se apresentou como agente de
modelos infantis para Carolaine durante uma roda de samba. Ela teria prometido
entre R$ 150 e R$ 300 para que Carolaine deixasse o filho participar de uma
sessão artística. A partir daí, a suspeita passou a ligar constantemente para a
jovem, que acabou aceitando a proposta. No dia do encontro, no dia 19,
Carolaine disse ter passado mal e entregou o bebê à suspeita, que fugiu do
local de ônibus. Uma câmera de segurança filmou a fuga. A filha de Leandra, que
também teria participado do crime, foi apreendida na quinta-feira da semana
passada. A adolescente negou participação no crime.
Bebê encontrado
O recém-nascido foi encontrado na noite da última
quarta-feira, em Santa Cruz, por policiais do 27º BPM (Santa Cruz). De acordo com
o pai, Rafael dos Reis, de 20 anos, a criança não apresentava marcas de
maus-tratos. O bebê foi encontrado numa casa no Largo do Aarão, na casa da
sobrinha de Leandra, que havia sido identificada pela Polícia Civil através das
imagens registradas pela câmera de um estabelecimento comercial. Extra.