A
página foi criada, em Pernambuco, no início do mês, no Facebook. Lá, mulheres
grávidas oferecem seus bebês a quem tem vontade de adotar por preços que variam
entre R$ 7 mil e R$ 10 mil.
As informações iniciais foram levadas à polícia pelo Ministério
Público de Pernambuco.
O delegado do Departamento de Polícia da Criança e do
Adolescente (DPCA) do Recife, designado para o caso, Ademir de Oliveira, contou
que uma mulher interessada na compra trocou e-mails com uma das gestantes.
"Soubemos de uma pessoa, que me parece que queria obter o bebê para
adoção. Em certo momento, a mulher que ofereceu a criança falou em dinheiro,
então ela denunciou", explicou Ademir, ao site G1.
O trabalho dos agentes pretende identificar as pessoas,
chegar até elas e até as crianças e observar cada caso de negociação. A polícia
vai analisar os diálogos entre as mães das crianças e as pessoas que pagariam
as recompensas para avaliar se houve realmente o crime. O delegado informou
ainda que o artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente fala que ofertar
criancas para adoção com pagamento ou recompensa penaliza tanto a pessoa que
oferece como quem paga pela criança. "A conduta criminal vem de ambas as
partes", disse ao G1.
Ademir alerta à população que há um procedimento legal e
seguro para adotar crianças, que investiga a vida das famílias em questão e
descobre se a pessoa ou casal pretendendo adotar tem condições de sustentar um
bebê. "Quando a pessoa utiliza um sistema não oficial, ela pode estar
negociando com um pedófilo, um traficante de drogas, de pessoas. Queremos, com
essa investigação, preservar estas crianças", afirmou Ademir.
A polícia ainda não pode afirmar se já houve alguma negociação
realizada e concluída através da página na internet. Barreirasnoticias