terça-feira, 30 de julho de 2013

Em Teixeira de Freitas uma ação da CIPE que levou a morte de dois jovens está gerando polêmica e desconforto entre as polícias Civil e Militar.


Na madrugada deste último sábado, 27 de julho, uma guarnição da CIPE Mata Atlântica saiu em perseguição a dois indivíduos, abordo de uma moto CG, sem retrovisor, e segundo informações da guarnição, nas imediações do Bairro Colina Verde, o motoqueiro perdeu o controle da moto e, os indivíduos ao se levantarem, começaram a atirar contra os policiais, que revidaram. Os dois foram atingidos e socorridos pela própria guarnição ao HMTF.  As vítimas eram suspeitas de terem cometido um assalto a um posto de combustível e foram identificadas como Diego Gonçalves da Silva, 25 anos de idade e o menor Alan Alves Neres, 17 anos de idade.
Logo após operação, o Ten. Filipe Zuqui, compareceu à delegacia para formalizar a ocorrência e apresentar o material apreendido. No BO n° 5683/2013, o referido tenente apresenta 02 revólveres calibre 38, sendo 01, com 02 cartuchos deflagrados e 04 intactos e outro de marca Taurus, n° 314615, com 02 cartuchos deflagrados e 03 intactos; uma moto placa policial NZC 3027; dois celulares com seus respectivos chips e 02 capacetes. 

Após toda essa ação, houve um princípio de desconforto entre o Ten. Filipe Zuqui e o delegado titular, Dr. Marco Antônio Neves. O delegado titular fez um aditivo ao referido Boletim de Ocorrência, em que torna sem efeito o histórico narrado pela guarnição, pois segundo o delegado, “o tenente ao ser informado que teria que apresentar as armas utilizadas na operação e que todos os envolvidos deveriam ser ouvidos, ele recusou-se a fazer a entrega das armas e a se submeter ao procedimento legal” (vide ocorrência). O tenente alega que não poderia deixar as armas naquele momento, pois ainda estavam em operação e não poderiam trabalhar sem armas.
O Major Anacleto França, e o mesmo informou que todo o procedimento do tenente foi sob sua orientação, pois em operações que ocorre morte por intervenção policial, a lei determina que seja instaurado um inquérito policial militar. “No âmbito militar tomamos todas as providências legais, pois foi solicitado à Polícia Técnica, exames de chumbo particulado nas mãos das vítimas, e as armas foram encaminhadas à perícia, além de outros procedimentos de praxe”, disse França. O Major informou também, que em um dos aparelhos de celular há várias mensagens ligadas a ações criminosas.

O delegado Marco Antônio, responsável pelas investigações, prometeu falar com a imprensa, assim que ele ouvir todas as pessoas envolvidas, inclusive os familiares das vítimas. Quanto o assalto, ele falou que estava apurando, mas que não aconteceu no dia da suposta troca de tiros. As armas e as munições foram entregues ao DPT e estão na custódia do perito Bruno Melo. “Não vai ser possível fazer o exame de micro comparação balística, pois os tiros nas vítimas transfixaram”, disse o perito.


O comandante França enviou um e-mail para o blog, informando parte do conteúdo das mensagens, cujo celular será apresentado à perícia. Ainda segundo o Major, o celular pertencia ao Alan Alves Neres.  Em uma dessas mensagens o suspeito alerta outra pessoa sobre a presença de uma viatura da CETO: “a ceto desceu na rua de ksa ae moca sua moto kara”. Os suspeitos trocam mensagens sobre atos criminosos: “vo fase uma fita mas não cota para niquem”.  “e aí ta onde carinha ... fis uma fita ali agora ... vê se vc vê piu ai manda ele meligar fala q e a maconha dele”.

 


A palavra fita representa crime de roubo na linguagem do crime. O suspeito morto também convida outro indivíduo para praticar um roubo e depois fazer uso de drogas “e ai ladrão, borá fazer esse corre logo pow depois fumar um pdc”.