Na madrugada deste último sábado, 27 de
julho, uma guarnição da CIPE Mata Atlântica saiu em perseguição a dois
indivíduos, abordo de uma moto CG, sem retrovisor, e segundo informações da
guarnição, nas imediações do Bairro Colina Verde, o motoqueiro perdeu o
controle da moto e, os indivíduos ao se levantarem, começaram a atirar contra
os policiais, que revidaram. Os dois foram atingidos e socorridos pela própria
guarnição ao HMTF. As vítimas eram
suspeitas de terem cometido um assalto a um posto de combustível e foram identificadas
como Diego Gonçalves da Silva, 25 anos de idade e o menor Alan Alves Neres, 17
anos de idade.
Logo após operação, o Ten. Filipe Zuqui, compareceu à
delegacia para formalizar a ocorrência e apresentar o material apreendido. No
BO n° 5683/2013, o referido tenente apresenta 02 revólveres calibre 38, sendo
01, com 02 cartuchos deflagrados e 04 intactos e outro de marca Taurus, n°
314615, com 02 cartuchos deflagrados e 03 intactos; uma moto placa policial NZC
3027; dois celulares com seus respectivos chips e 02 capacetes.
Após toda essa ação, houve um princípio de desconforto entre
o Ten. Filipe Zuqui e o delegado titular, Dr. Marco Antônio Neves. O delegado
titular fez um aditivo ao referido Boletim de Ocorrência, em que torna sem
efeito o histórico narrado pela guarnição, pois segundo o delegado, “o tenente
ao ser informado que teria que apresentar as armas utilizadas na operação e que
todos os envolvidos deveriam ser ouvidos, ele recusou-se a fazer a entrega das
armas e a se submeter ao procedimento legal” (vide ocorrência). O tenente alega
que não poderia deixar as armas naquele momento, pois ainda estavam em operação
e não poderiam trabalhar sem armas.
O Major Anacleto França, e o mesmo informou que todo o procedimento do
tenente foi sob sua orientação, pois em operações que ocorre morte por
intervenção policial, a lei determina que seja instaurado um inquérito policial
militar. “No âmbito militar tomamos todas as providências legais, pois foi
solicitado à Polícia Técnica, exames de chumbo particulado nas mãos das
vítimas, e as armas foram encaminhadas à perícia, além de outros procedimentos
de praxe”, disse França. O Major informou também, que em um dos aparelhos de
celular há várias mensagens ligadas a ações criminosas.
O delegado Marco Antônio, responsável pelas investigações, prometeu falar com a
imprensa, assim que ele ouvir todas as pessoas envolvidas, inclusive os
familiares das vítimas. Quanto o assalto, ele falou que estava apurando, mas
que não aconteceu no dia da suposta troca de tiros. As armas e as munições
foram entregues ao DPT e estão na custódia do perito Bruno Melo. “Não vai ser
possível fazer o exame de micro comparação balística, pois os tiros nas vítimas
transfixaram”, disse o perito.
O comandante França enviou um e-mail para o blog, informando parte do
conteúdo das mensagens, cujo celular será apresentado à perícia. Ainda segundo
o Major, o celular pertencia ao Alan Alves Neres. Em uma dessas mensagens o suspeito alerta
outra pessoa sobre a presença de uma viatura da CETO: “a ceto desceu na rua de
ksa ae moca sua moto kara”. Os suspeitos trocam mensagens sobre atos
criminosos: “vo fase uma fita mas não cota para niquem”. “e aí ta onde carinha ... fis uma fita ali
agora ... vê se vc vê piu ai manda ele meligar fala q e a maconha dele”.
A palavra fita representa crime de roubo na linguagem do
crime. O suspeito morto também convida outro indivíduo para praticar um roubo e
depois fazer uso de drogas “e ai ladrão, borá fazer esse corre logo pow depois
fumar um pdc”.