O desmatamento na Amazônia teve forte alta em maio e chegou a
464,96 km², aumento de 370% na comparação com maio de 2012 (98,85 km²). Os
dados são do sistema Deter, monitoramento mensal do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), e foram divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O
aumento drástico apareceu mesmo com a cobertura de nuvens maior. Em 2012, a
visibilidade dos satélites era de 68%. Neste ano, é de 58%. O avanço da perda
florestal no início do período de seca na região (quando tradicionalmente o
desmatamento já é maior) traz o risco de que a taxa anual, contabilizada de
agosto de um ano a julho do ano seguinte, possa voltar a crescer. Desde 2008, o
País apresenta quedas consecutivas e progressivas do desmatamento na Amazônia.
O ano passado teve a menor taxa da história do monitoramento, 4.571 km², ganho
apresentado como a principal bandeira ambiental do governo federal. Como junho
e julho costumam ser os meses do ano que apresentam mais corte da mata, alguns
ambientalistas já estimam que a taxa anual poderá superar os 6 mil km². "A
não ser que haja uma mudança excepcionalmente positiva, provavelmente vamos ter
uma inversão da curva de queda", afirma Adalberto Veríssimo, do instituto
de pesquisa Imazon, que atua na região e já vinha alertando para essa
possibilidade.