segunda-feira, 24 de junho de 2013

Telexfree continua suspensa pela Justiça. Deputados do Acre negam envolvimento com esquema

A decisão da juíza Thais Khalil, do Tribunal de Justiça do Acre, que suspende a atividade da Ympactus, dona da Telexfree, o que inclui o pagamento aos divulgadores e a adesão de novos interessados, no Brasil e no exterior, ainda é valida.
Telexfree foi suspensa sob suspeita de praticar “pirâmide financeira”
Futuro da Telexfree está nas mãos do desembargador Samoel Evangelista
Isso porque o desembargador Samoel Evangelista não concluiu a analise do recurso da empresa, apresentado pelos advogados na quinta-feira, dia 20. A expectativa, informou o departamento de comunicação do Tribunal de Justica do Acre, é que a decisão do desembargador seja dilvugada nesta segunda-feira, dia 24. Na sexta-feira, dia 21, Carlos Costa, diretor de marketing da empresa, divulgou um video no site da empresa e na página da Telexfree em uma rede social informando sobre a suspensão das atividades.
Na apresentação, Costa diz que se trata de “um momentozinho difícil e recorre à fé para acalmar os divulgadores, ao afirmar que “esta empresa tem Deus na direção”. Ainda de acordo com o vídeo, a Telexfree entrou em contato com a seguradora Mapfre e dentro de 15 a 20 dias terá a “adequacao da formatação do seguro” para a empresa. A juíza determinou uma multa de R$ 500 mil no caso de descumprimento da liminar.
Deputados teriam envolvimento no esquema
Procurados pela reportagem os parlamentares estaduais Chico Viga (PSD), Marileide Serafim (PSD) e Geraldo Pereira (PT) negaram veementemente que façam parte como investidores ou divulgadores de qualquer empresa de marketing multinível. Os deputados afirmaram que foram pegos de surpresa com a notícia que haviam feito investimentos na Telexfree e que participaram de reuniões fora do Estado para fins de aquisição de cotas no segmento que se tornou febre no Acre.
A deputada Marileide Serafim (foto), disse que vem atravessando uma fase difícil em sua vida enfrentando problemas de saúde e que não fez qualquer investimento na Telexfree ou qualquer outro tipo de segmento do ramo. “Quem me conhece sabe que estou enfrentando um problema de saúde e por isso não tenho recursos para empregar nesse tipo de negocio”, disse a parlamentar. Marileide lamentou que seu nome fosse vinculado ao caso da Telexfree, alegando que o assunto foi usado por desafetos na tentativa de macular sua imagem de pessoa pública.
Vítima de roubo recentemente, quando bandidos invadiram sua residência e fizeram familiares de refém, Chico Viga (PSD – foto) também negou qualquer tipo de vinculo ou investimento na Telexfree e disse que teme por sua segurança, já que em uma matéria anterior foi citado valores de investimento. “Não vejo mal algum em quem está investido na Telexfree, só que eu não fiz investimento algum. Falaram em uma quantia muito alta de dinheiro que eu supostamente teria investido, mas isso não é verdade, isso pode acarretar problemas quanto a minha segurança e de meus familiares”, afirma Viga. O deputado disse ainda que coloca à disposição para consulta o número do seu CPF para que se esclarecer de uma vez por todas que ele não fez investimentos em marketing multinível. “Se quiserem checar pelo CPF estou à disposição, pois não fiz investimento algum nesse segmento”, disse.
Geraldo Pereira (PT) até brincou com a situação ao afirmar que jamais participou de qualquer rede de cadastros da Telexfree e que muito menos participou de reuniões ou confraternizações em São Paulo sobre marketing multinível. Pereira disse também que não faria este tipo de investimento apesar de não ver ilegalidade alguma na atividade. “Meu amigo não sou de apostar nem porrinha, quanto mais investir na Telexfree, e muito menos viajei a São Paulo para participar de qualquer evento dessa natureza”, argumentou.
Informações desencontradas tentam conter pânico
Desde que foi publicada a decisao da juíza Thais, os divulgadores da Telexfree têm publicado muitas informações desencontradas sobre a empresa. Como, por exemplo, que o desembargador teria suspendido a liminar da juíza, o que foi negado pelo TJ. Preocupados com a possibilidade de perder o dinheiro investido, alguns cogitam recorrer à Justiça para reaver prejuízos. A maioria, no entanto, reclama da dificuldade de receber seus créditos.
A Telexfree, com sede nos Estados Unidos, foi classificada tanto pelo Ministerio Público quanto pela juíza como uma pirâmide financeira. Os advogados dizem, no entanto, que se trata de uma empresa de marketing multinível. Ela oferece o serviço de VoIP (voz sobre IP) e remunera os divulgadores que fazem a propaganda dos pacotes de serviço. Quanto mais divulgadores sob sua tutela, mais o divulgador receberá de remuneração da empresa, em tese.