O clima de
paz durante o protesto pelas ruas de Belo Horizonte (MG) neste sábado chegou ao
fim no momento em que os manifestantes chegaram ao cordão de isolamento feito
pela Polícia Militar (PM) nas proximidades do Estádio do Mineirão, onde Japão e
México disputam uma partida válida pela Copa das Confederações. Na tentativa de
furar o bloqueio, participantes do ato jogaram pedras, bombas caseiras e outros
objetos. A polícia começou a revidar depois de 15 minutos e lançou bombas de
gás lacrimogêneo.
Pelo menos
quatro policiais, cinco manifestantes, dois fotógrafos e uma repórter ficaram
feridos. Um manifestante chegou a cair
do viaduto José Alencar. Identificado como Caio Augusto, 16 anos, ele foi
socorrido por bombeiros e levado de ambulância a um hospital da cidade, com
ferimentos na cabeça e nas pernas. Seu estado de saúde é considerado grave.
O tumulto na
avenida Abraão Kaharan, limite estabelecido pela Fifa no entorno do Mineirão,
causou muita correria. Um grupo começou a depredar lojas, quebrando vidros.
Após o confronto, parte dos manifestantes seguiram em direção a orla da Lagoa
da Pampulha para tentar acesso ao estádio por outro lado. A PM reforçou o policiamento para isolar o
estádio.
Ao término
da partida entre Japão e México, houve novo confronto entre agentes da Força
Nacional de Segurança, policiais militares e os manifestantes, transformando os
arredores da avenida Antonio Carlos em uma praça de guerra. Com bombas e muitos
disparos de balas de borracha, as autoridades tentavam conter a multidão que se
aglomerava nas proximidades do estádio.
Pelo menos
3,5 mil policiais, com o auxílio da Força Nacional de Segurança, fazem a
segurança no entorno do estádio e tentam conter os cerca de 70 mil
manifestantes, segundo a PM. Organizadores do ato estimam que há em torno de
120 mil participantes no protesto.
"São
vândalos, arruaceiros, que vêm apenas para causar transtornos. Não recuaremos,
não aceitaremos", garantiu o tenente-coronel Alberto Luiz, assessor de
comunicação da PM, mostrando objetos arremessados pelos manifestantes, como
bolinhas de gude, bolas de sinuca, esferas de metal e rodas de carrinho de
rolimã.