terça-feira, 25 de junho de 2013

OAB de olho no nazifascismo


A presença de grupos nazifascistas infiltrados nas recentes manifestações populares tem preocupado e está na mira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio, que pode acionar o Ministério Público (MP).

O assunto foi um dos temas debatidos nesta segunda-feira na Ordem — reforma política e arbitrariedade da polícia também ganharam destaque.

“Há um grito de alerta nas ruas. E uma clara disputa entre fúria e esperança. O nosso papel é garantir a democracia apostando na esperança’, disse Felipe Santa Cruz, presidente da OAB-RJ, enquanto anunciava a criação de comitê de mobilização para a reforma política — formado por entidades de classe, movimentos estudantis, partidos políticos e sociedade civil.

Santa Cruz afirmou que a instituição tem recebido denúncias com clara identificação de nazifascistas e de pessoas mascaradas com pedaços de madeira na mão. Para a entidade, o indeferimento de pedidos de prisão temporária por envolvimento em vandalismos tiveram um porquê.
 

Em Niterói, na semana passada, grupo usando camisas para esconder o rosto causou depredação
“Cabe à polícia fazer peças fundamentadas e com provas que embasem esses pedidos”, explicou Santa Cruz.

Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Marcelo Chalreo, afirmou que as provas contra nazifascistas serão encaminhadas ao MP.

“É preciso fazer uma distinção entre aquelas pessoas que foram vistas portando objetos e outras que portavam objetos similares apenas para se defender. Meliantes fascistas foram para as manifestações a fim de agredir pessoas de partidos políticos, de entidades sindicais. Essas pessoas, sob legítimo direito de defesa, portavam objetos”, concluiu Marcelo.

 
Prefeitura: prejuízo de R$ 1,5 milhão

Segundo a prefeitura, os estragos causados por vândalos após as manifestações de quinta-feira, no Centro, geraram prejuízo de R$ 1,5 milhão. A Avenida Presidente Vargas teve o maior número de mobiliário urbano danificado.

Os reparos começaram na madrugada do dia 21, com efetivo de 115 garis, para limpeza e remoção de pichações em monumentos e prédios públicos. Na conta da destruição, estão 340 cestas de lixo e cinco relógios públicos.

Ao todo, 62 pontos de ônibus foram quebrados em vários bairros e 46 placas com nomes de ruas foram furtadas ou destruídas.

 

Estrangeiros têm incluído as manifestações que explodiram no Rio em seu roteiro turístico. No albergue Happy Rio, em Copacabana, finlandeses e canadenses fizeram uma pequena excursão para o ato de quinta-feira na prefeitura.

“Eles viram na manifestação um viés cultural e quiseram se envolver”, disse o gerente José Granado. Estudantes argentinos também acompanharam os atos. “No meu país, manifestações são corriqueiras, por isso, não me senti intimidada”, afirmou Eugenia Scapigliati, 23.


Os americanos Lionel Ifill e Jay Fagan, de 30 anos, seguiram a passeata de domingo em Copacabana. “É importante esse tipo de reação do povo”, analisou Ifill. Até quinta feira, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis divulgará se há impacto das manifestações na hotelaria.