Apesar de
não ter ocorrido confrontos com a Polícia Militar, durante o ato aconteceram
focos de tumulto entre integrantes de partidos políticos e manifestantes
apartidários, algumas delas terminando em tapas e socos. Uma das confusões
terminou com o bacharel em direito Guilherme Araujo Nascimento, de 27 anos,
ferido na cabeça. O jovem afirmou que caminhava perto da estação Trianon-Masp
do Metrô, pouco antes das 19h, quando manifestantes ligados a partidos de
esquerda, incluindo o PT, trocaram ofensas com a multidão.
Ele lembra
que uma bandeira do partido foi arrancada e queimada. Os ânimos se exaltaram e
o ataque aconteceu. “Saiu um militante com a camisa do PT com um pedaço de pau
e me acertou. Foi um ataque lateral”, disse. “Estava lá para
melhorar o país do cara que me agrediu”, acrescentou.Nascimento foi retirado do
grupo e levado pela polícia a um hospital da região. Após receber os
primeiros-socorros, seguiu para um hospital em Osasco, cidade da Grande São
Paulo onde mora, e teve o ferimento fechado. “Tomei 14 pontos.”
O jovem nega
ter provocado outros manifestantes e diz que foi vítima de preconceito: o
agressor teria pensado que o jovem era skinhead. Manifestantes ligados aos
partidos afirmaram que o jovem era de movimentos de intolerância. "O
que é irônico: sou filho de negro, metade da minha família é negra, tenho
amigos negros, amigos homossexuais. Não tenho problema nenhum quanto a isso”,
disse. “Impressionante no Brasil ter preconceito por causa do tamanho de um
cara ou pelo cabelo que ele usa.” Ele decidiu não fazer boletim de ocorrência,
pois acredita que traria apenas mais trabalho para a polícia. “Não dá para eu
fazer um BO contra um fulano com a camisa do PT de cabelo encaracolado marrom
no meio do povo.