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As imagens mostram dois jovens pendurados pelos pés e golpeados até a morte em uma estação de ônibus na cidade de Al-Gharbiyah.
Os dois foram acusados de tentar roubar um riquixá e de sequestrar duas crianças. Mas sem investigação ou julgamento, pouco se sabe sobre o que realmente ocorreu.
O pai de um dos jovens, Abdul Rahman, de 21 anos, diz que foi incapaz de conter a fúria da multidão.
Ele diz que os linchadores tentaram até mesmo atear fogo à ambulância que levava os corpos e que a polícia não fez nada para impedir o ataque.
Muitos moradores justificam o ataque dizendo que vivem no caos e que o linchamento é a única maneira de punir criminosos.
Falta de controle
O governador da província, Mohamad Abdel-Qadar Abdallah, diz que antes da revolução, as forças de segurança eram usadas como instrumentos de repressão, mas que desde então os egípcios não têm mais medo da polícia e acham que podem lidar com os criminosos do jeito que quiserem.
O que ninguém nega é que o linchamento é mais uma demonstração da deterioração da ordem pública e da falta de controle das autoridades.
O ministro da Justiça do Egito, Ahmad Mekki, condenou o linchamento, mas há temores de que esse tipo de ataque possa aumentar se prevalecer a posição de vários partidos islâmicos.
Esses partidos defendem a formação de grupos de vigilantes civis para apoiar o trabalho das forças de segurança, as quais acreditam serem incapazes de garantir a segurança nas ruas.