Em uma sessão tumultuada, que durou em torno de cinco horas,
inclusive com a presença da Polícia Militar, a presidente da Câmara de Afonso
Cláudio, Flaviana Herzog (PMDB), teve o mandato parlamentar cassado na noite
desta terça-feira (20).
Por unanimidade, com oito votos favoráveis, a peemedebista
recebeu a punição pelas quatro acusações às quais respondia. Em uma
representação apresentada pelo PSDB do município, ela foi acusada de usar
dinheiro da Câmara para comprar um aparelho celular iPhone 6 Gold para fins
particulares por R$ 3.899, e custear, em um ano, R$ 2.256,50 para seus almoços em
um restaurante da cidade.
Flaviana também respondeu por deixar de prover o cargo de
assessor de bancada requerido por vereador e não responder requerimentos de
informações.
Instantes antes da sessão ser iniciada, Flaviana teria
tentado impedir que populares permanecessem no plenário e chamou a polícia,
segundo o 1º secretário da Mesa Diretora, Romildo Camporez (DEM).
“Nós reagimos, não permitimos. Vivemos em uma democracia, a
Câmara é a Casa do povo. Chamamos o comandante, que precisou pedir que a tropa
dele se retirasse para que a sessão continuasse”, relatou.
Flaviana não discursou e fez sua defesa por meio do advogado,
que falou durante duas horas. Em seguida, foi realizada a votação, que além de
cassar o mandato dela, a torna inelegível por oito anos. Flaviana é candidata à
reeleição na Câmara nas próximas eleições.
Com a cassação, o vice-presidente da Casa, Romildo Ortolani
(PDT), que conduziu a sessão, assumiu a presidência.
“A partir de agora esta Câmara será totalmente diferente, com
transparência. Os atos dela foram reprováveis, mas todo o processo foi
legítimo, cumprindo rigorosamente a lei, o regimento interno, a ampla defesa”,
disse.
Ele afirmou que irá abrir licitação para reativar a rádio que
fazia a transmissão das sessões da Câmara, que teriam sido canceladas na gestão
de Flaviana. //A Gazeta