O ator Wagner Moura está de volta à Colômbia para interpretar
o narcotraficante Pablo Escobar na segunda temporada da série Narcos, da
Netflix. Embaixador da ONU contra o trabalho escravo, o baiano trabalha em
paralelo na direção do longa-metragem sobre a biografia do líder comunista Carlos
Marighella. Engajado com a realidade social da América Latina, o ator conversou
com o site Fórum sobre o cenário atual dos países latino-americanos.
Morando na Colômbia para a adaptação ao personagem Pablo
Escobar, Wagner Moura conta que o país conseguiu se superar o passado recente de
narcoterrorismo. Puxando para o contexto
brasileiro, o ator criticou a atuação da polícia do país. “A polícia precisa
ser desmilitarizada. A PM é treinada para proteger o Estado, não o cidadão.
Para isso é treinado qualquer militar”, disse.
“No Brasil, o morador de favela assume a função de “inimigo
do Estado” toda vez que tem sua casa invadida sem mandato judicial, toda vez
que é vítima de abusos, tortura, toda vez que tem seus direitos desrespeitados
por agentes do governo. É nas favelas que a polícia atua na guerra às drogas”,
continuou o ator. Wagner reforçou a crítica à política antidrogas, que, segundo
ele, “é uma política falida que só gera mortes e violência na América Latina”.
“Os Estados Unidos são os maiores consumidores de drogas do
mundo, mas essa guerra não acontece no território deles [...] O Estado tem que
legalizá-las, controlá-las e tratar seus dependentes e não gastar rios de
dinheiro com essa guerra sem sentido” argumentou Wagner Moura. Ele acredita que
o debate sobre a legalização é inevitável, e que “é uma questão de tempo. O bom
senso uma hora prevalece”.
Embaixador da Boa Vontade da Organização Internacional do
Trabalho, Wagner Moura dá voz a uma história real de uma vítima de trabalho forçado.