Por decisão do ministro Teori Zavascki, relator dos processos
da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Delcídio do Amaral,
que recentemente teve a filiação do PT suspensa, será transferido da Polícia
Federal, em Brasília, para o quartel da Polícia Militar do Distrito Federal.
Delcídio foi preso no último dia 25 por ordem do próprio STF após suspeitas de
que estivesse obstruindo as investigações sobre o escândalo do petrolão.
No início da semana, o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, apresentou denúncia contra o senador e contra o banqueiro André Esteves,
que recentemente deixou o controle do BTG Pactual. Eles são suspeitos de
boicotar as investigações da Operação Lava Jato e agora foram formalmente
acusados, ao lado do advogado Edson Ribeiro e do chefe de gabinete Diogo
Ferreira, de embaraçar investigação de ação penal que envolve organização
criminosa, que prevê até oito anos de prisão, e de terem praticado o crime de
patrocínio infiel, cuja detenção pode chegar a três anos de reclusão. O
Ministério Público também denunciou Delcídio, Edson Ribeiro e Diogo Ferreira
pela prática de exploração de prestígio, cuja pena máxima chega a cinco anos de
prisão.
Os indícios são de que os quatro atuaram para impedir um
acordo de delação premiada do ex-diretor da área internacional da Petrobras
Nestor Cerveró, preso desde o início do ano por ordem do juiz Sergio Moro. A
delação de Cerveró acabou ocorrendo, mas os indícios de que Delcídio está
envolvido no escândalo do petrolão não se resumem às informações do novo
delator. Nas investigações, o nome de Delcídio foi mencionado pelo delator
Fernando Baiano, que afirmou à força-tarefa da Lava Jato que o líder do governo
teria recebido até 1,5 milhão de dólares em propina na negociação da refinaria
de Pasadena, no Texas. O dinheiro sujo teria sido utilizado na campanha de
Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul, em 2006. //Veja