A Polícia Militar do Rio deixou de pagar pelos serviços da
Funerária Kaf Rio , contratada pela corporação para cuidar dos enterros dos
militares mortos em atos de serviço, e acumula uma dívida com a empresa. De
acordo com informações da companhia, os pagamentos foram interrompidos em
agosto do ano passado, e o débito já chega a R$ 400 mil.
O contrato, que teve início em janeiro de 2014, terminou no
fim do ano e não foi renovado. Ainda assim, a funerária continuava prestando
serviços para a polícia, com a promessa de que as dívidas seriam quitadas. Na
última segunda-feira, diante das recusas da PM de acertar o débito de mais de
um ano, a empresa recusou-se a realizar o serviço funerário do soldado Thiago
Sarmento dos Santos apenas com a promessa de pagamento, como vinha ocorrendo.
As despesas com o enterro do policial, morto em Bangu na
madrugada de segunda, acabaram sendo pagas por uma oficial do Centro de
Educação Física e Desportos da PM, onde Sarmento era lotado. De acordo com a
assessoria de imprensa da Polícia Militar, o dinheiro saiu da verba da unidade.
Segundo informações da corporação, a licitação para
contratação de uma nova funerária ainda está em andamento e só deve ser
concluída em dois meses. Até lá, cada unidade será responsável pelo gasto com
os funerais.
‘Problemas no serviço’
Em nota, a assessoria de imprensa da PM admitiu a dívida com
a Kaf Rio, mas não informou o valor. A corporação disse ainda que foram
identificados “problemas na execução do serviço”, mas após questionamento do
EXTRA, não explicou o que teria ocorrido. A acusação da corporação foi negada
pela funerária.
A empresa foi contratada por pregão eletrônico para prestar
serviços funerários completos de sepultamento — como remoção, preparação do
corpo, compra de coroas de flores, destino de restos mortais, cremação e
enterro de partes do corpo (amputações) provenientes de atos médicos da PM. O
custo dos sepultamentos completos é de R$ 4.085.
De acordo com informações do Departamento de Inativos e
Pensionistas da PM, no caso de policiais que não morrem em serviço, a família
custeia o enterro e depois é ressarcida com o auxílio-funeral, que corresponde
ao dobro do soldo do militar morto. O reembolso dos enterros demora até sete
meses. //extra.