Diante da necessidade de forte contenção de despesas, para
fazer frente ao agravamento da sua situação financeira, a diretoria executiva
da Petrobras aprovou nesta semana o corte de cerca de 5 mil funcionários
terceirizados.
As demissões, já iniciadas há duas semanas, decorrem de
rescisões ou não renovações de contratos com fornecedores e prestadores de
serviços.
Mesmo com os cortes já definidos, a estatal não descarta ampliar o
número de demissões para reduzir ainda mais seus custos, conforme apurou o
Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado.
O comando da empresa decidiu intensificar as ações de redução
de custo e reestruturação da empresa, com extinção de gerências, após a forte
depreciação cambial do último mês e a perda do grau do investimento, na semana
passada. Ontem, rumores no mercado de capitais de um novo rebaixamento da nota
de crédito do País por uma segunda agência de classificação de risco provocou
nova queda acima de 3% nas ações da petroleira negociadas na Bovespa. A
Petrobras levará ao conselho de administração no próximo dia 30 mais detalhes
do seu plano de reestruturação organizacional, que deverá enxugar ainda mais o
quadro da empresa. Também serão discutidos novos cortes no volume de
investimento neste ano e até 2019.
Em junho, a companhia já havia anunciado redução de 41% em
seu plano de negócio, mas as premissas econômicas, como taxa de câmbio e
cotação internacional do óleo, ficaram desatualizadas com o acirramento da
crise. Segundo Lucas Ferreira, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de
Janeiro (Sindipetro-RJ), o esperado é que o plano de reestruturação seja
anunciado no dia 31 e inclua perdas de cargos de confiança, o que repercutiria
em reduções salariais de empregados concursados. Ele conta que o clima nos
escritórios da petroleira é tenso. Ontem, 18, a empresa anunciou proposta de reajuste
salarial abaixo da inflação em 2015, além do congelamento de valores de alguns
benefícios trabalhistas.
Em nota, a empresa
informou que a reestruturação ainda está em elaboração, mas que já houve
retração de 3,2% em cargos de gerência.
A maior parte dos cortes teria sido na
área de abastecimento, segundo fontes. A previsão é que as atuais divisões de
áreas de negócio sejam remodeladas. A estatal também negocia revisão de
contratos com fornecedores, como sondas e outros equipamentos. //Agência Estado