sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Incêndio destrói lavoura de milho e deixa dois feridos no município de Barreiras

Um incêndio de origem desconhecida queimou, no dia 16 de setembro, mais de mil hectares de área produtiva e área de preservação ambiental, na região da Estrada do Café, no município de Barreiras. As fazendas que compõem a brigada de combate a incêndio no perímetro da APA Bacia do Rio de Janeiro, coordenada pela Aiba, se mobilizaram e debelaram o fogo. Foram cerca de oito horas de trabalho intenso.

Segundo o produtor Hélio Hopp, os primeiros focos de incêndio foram identificados no dia 15 de setembro em uma área próxima a propriedade dele.
Funcionários da brigada de combate a incêndio da fazenda foram enviados ao local e controlaram o fogo que ficou restrito a uma área de difícil acesso. No dia seguinte, foram surpreendidos com o retorno do fogo.
“ Nós chegamos aqui por volta das 10h da manhã e só saímos às 18h. Foram cerca de 50 pessoas trabalhando no combate. As fazendas vizinhas cederam equipamentos, funcionários e trouxeram água e alimentação para as equipes”, contou o produtor Cícero Teixeira, que no ano anterior também teve parte da propriedade queimada.

O cenário na fazenda é desolador. Dois pivôs de milho foram totalmente consumidos pelo fogo, um trator explodiu e dois trabalhadores rurais saíram feridos.

Cícero disse não entender o que pode ter provocado o incêndio porque, atualmente, não se usa o fogo para abrir novas áreas para a agricultura, uma vez que o modo de produção é verticalizado, com grandes investimentos em tecnologia de plantio e melhoria de solo.

Além dos prejuízos materiais e de vidas humanas, houve também uma grande perda ambiental, como explica a diretora de Meio Ambiente da Aiba, Alessandra Chaves. “Nesse caso, de fogo em área com vegetação nativa, nestas proporções, tem-se alteração da densidade e diversidade das plantas e mortalidade de animais; perda de biodiversidade; alteração do banco de sementes, afetando a regeneração da vegetação, dentre outros”.

Segundo Alessandra, a legislação permite que se faça o uso controlado do fogo, contanto que se cumpra com os seguintes procedimentos: preparar o aceiro de acordo com a queima a ser realizada, comunicar aos vizinhos data e horário, que será realizada a queima, evitar os horários mais quentes e com muito vento, providenciar pessoal treinado e com equipamentos adequados para contenção do fogo e solicitar ao órgão ambiental, que na Bahia é o Inema, a Declaração de Queima Controlada (DQC). Quem descumprir a lei estará sujeito a sanções administrativas, autos de infrações, inclusive multas.