A cerimônia de posse do diretor-geral da Organização Mundial do
Comércio (OMC), Roberto Cavalho de Azevêdo, nesta segunda-feira (9), em
Genebra, na Suíça, embora ele tenha assumido o cargo há uma semana em
substituição ao francês Pascal Lamy.
O embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55
anos, é o primeiro latino-americano a assumir a direção-geral da Organização
Mundial do Comércio (OMC). Disputada até o último minuto, a eleição envolveu
uma longa negociação que vem desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. O brasileiro contou com o apoio do grupo Brics (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul), além dos países de língua portuguesa e várias
nações na América Latina, na Ásia e na África.
Diplomata de carreira e representante permanente do Brasil na
OMC desde 2008, o embaixador está diretamente envolvido em assuntos econômicos
e comerciais há mais de 20 anos. Ele foi chefe do Departamento Econômico do
Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, de 2005 a 2006, e liderou a
delegação brasileira nas negociações da Rodada Doha da OMC, sobre liberalização
de mercados.
Na eleição da OMC, cada um dos 159 países que integram o
órgão votou no nome de sua preferência. Para vencer, era preciso ter um mínimo
de 80 votos e obter o consenso entre as nações. A escolha é feita em três
etapas. Nessa eleição, houve, inicialmente, nove candidatos. Na última fase,
ficaram apenas dois na disputa.
O processo de eleição para a OMC começou no final de março,
com nove candidatos. No final de abril, a OMC comunicou que tinham passado à
fase final apenas os candidatos do Brasil e do México. A presidenta Dilma
Rousseff e o presidente do México, Enrique Peña Nieto, participaram diretamente
das negociações, dando telefonemas e conversando com os líderes mundiais.