quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O governador Jaques Wagner disse que está apurando todo o ocorrido, mas, diante dos fatos relatados até o momento, considera que houve um exagero por parte do MST em invadir o prédio.


“Eu não acho razoável que você, às 8 horas da manhã, chegue na Secretaria de Segurança Pública, com as portas abertas, para invadir”. Wagner lembrou que esteve com representantes do MST em maio. “Eu sentei com eles mesmos, o MST, com todo mundo, movimento negro, movimento de mulheres, dos reitores das universidades, eu estive com vários segmentos para ouvir a impressão de cada um sobre o movimento das ruas de junho e julho”.

O governador ressaltou que o governo “está de portas abertas para fazer qualquer tipo de negociação. Então o pessoal entra de foice, de facão, invadindo a sede da Segurança Pública, já praticamente entrando no local”. Para o governador, não havia “motivo nenhum para que as pessoas tivessem tentado fazer um ato daquela natureza. E era para reclamar de algo que é da nossa responsabilidade, mas que não é tão simples, que foi o assassinato de uma liderança do movimento sem-terra”.

 Sobre a atitude do subsecretário Ary Pereira, que deu um tiro para cima, durante a tentativa de invasão do prédio, Wagner considerou que foi um gesto “para realmente intimidar e não se concluir o processo de ocupação e invasão no prédio da Secretaria de Segurança Pública. Daqui a pouco um integrante do movimento ia estar sentado, só me faltava essa, na cadeira do secretário”.

Wagner fez questão de destacar que veio do movimento social. “Eu vim do movimento, eu respeito o movimento, recebi o movimento Passe Livre aqui, recebi todos para dialogar, para ouvir. Eu tenho amigos dentro no MST. É bom lembrar que uma das lideranças do MST é secretária do meu governo, que é Lucinha {Vera Lúcia Barbosa}, secretária de Política para as Mulheres; Valmir Assunção, que hoje é deputado federal, altamente ligado ao MST, foi meu secretário de Desenvolvimento Social. Nós não estamos falando de um governo inimigo”, ressaltou Wagner, criticando, no entanto, o exagero.


“Agora, as pessoas não podem confundir a democracia com baderna. Não é razoável que você tenha a sede da Segurança Pública ou qualquer outra sede ocupada, invadida, por uma porção de gente com foice, facão, enxada”. Ainda na avaliação do governador Wagner, “pode ter sido um ato limite do subsecretário, mas foi um ato para impedir que algo muito pior acontecesse, que seria a ocupação da Secretaria de Segurança por completo”.