segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A tradicional feira livre matinal tem mudado de horário em alguns locais da Grande São Paulo e da capital.


Antes disso, quem procurava frutas e verduras à noite tinha que recorrer aos supermercados, onde os produtos costumam ser menos frescos. As feiras noturnas estão se tornando, aos poucos, uma alternativa à rotina intensa das grandes cidades.

A reportagem do R7 visitou uma dessas feiras livres, que funciona todas as quintas-feiras, na praça dos Meninos, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Por volta das 16h, as cerca de 20 barracas já começam a ser montadas. Mas é quando anoitece que o movimento fica intenso.

Dona de uma barraca de frutas, Alessandra Sorrentino garante que o horário diferenciado beneficia ela e os clientes.

Eu, particularmente, faria todas as feiras à noite. É menos cansativo, você não toma aquele sol na cabeça quando está aquele calorzão. De manhã, você já está cansado porque acordou de madrugada [...] O público é melhor. As pessoas não reclamam dos preços. De manhã o pessoal reclama muito. Aqui à noite o pessoal não liga para o preço e sim para a qualidade.


Alguns clientes dizem que à noite a feira costuma ser um pouco mais cara do que as matinais, mas que os produtos são melhores e, muitas vezes, valem o preço pago. Geni Araújo recorre à feira da praça dos Meninos quando vai fazer o jantar e percebe que está sem algum produto.

Às vezes as coisas acabam em casa durante a tarde. No mercado, frutas e verduras são mais caras. Aí venho à feira à noite, quando tem. Mas aos sábados eu vou durante o dia. É até mais barato.

Secretário

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo, Jefferson José da Conceição, a mudança gradual no horário das feiras livres é uma readaptação do comércio de rua ao cotidiano da sociedade.
 

A mudança de horário das feiras tem uma forte relação com a mudança da própria família brasileira, que passou a ter a participação da mulher no mercado. Então, ela nasce, em primeiro lugar, da necessidade da família em fazer compra à noite.

Em São Bernardo, duas feiras já funcionam à noite: a do ginásio poliesportivo, na avenida São Paulo, e a da praça dos Meninos, no bairro Rudge Ramos. Segundo o secretário, a prefeitura quer substituir as matinais, aos poucos.

José da Conceição lembra, no entanto, que para aumentar a oferta de feiras noturnas será preciso mais investimentos em segurança e iluminação.

A feira noturna gera a necessidade de um reforço de iluminação. Você precisa ter um visual bom para poder selecionar as frutas e os legumes. Tem também o esforço de garantir a segurança. Normalmente você já precisa de segurança em uma feira diurna. Na noturna, isso cresce.

Outras cidades

Além de São Bernardo do Campo, a cidade de Santo André, também já oferece feiras noturnas em quatro dias da semana. Às terças-feiras, elas acontecem no bairro Cata Preta; às quartas, no Conjunto Prestes Maia, às quintas, no Jardim Santo André e às sextas, no Parque João Ramalho.

Na cidade de São Paulo, às terças-feiras, moradores do Parque Guarani, em Itaquera, e de São Mateus, também na zona leste, podem fazer feira à noite. Quem mora na Penha, pode aproveitar às noites de quarta-feira para fazer feira, na rua Paulo Marques.


Às sextas-feiras, há duas opções na capital. Uma delas é em Cangaíba, na rua Serra Verde, e outra na rua Antônio Bartolomeu, em Perus.