A polêmica sobre a denúncia de desvios de funções dos
policiais militares ainda rende nos corredores da Assembleia Legislativa da
Bahia, elevando a tônica e os questionamentos em torno do Poder Legislativo
Estadual. Os últimos fatos abriram brechas para mais denúncias envolvendo a
Casa, comandada pelo presidente Marcelo Nilo-PDT., pré-candidato ao governo
baiano.
Uma gravação expõe que o subtenente Evaldo Silva e o sargento
Santos teriam advertido, no mês de agosto, o coronel Yuri, chefe da Casa
Militar, sobre os desvios de funções dos servidores da PM. Cerca de 33 estariam
atuando fora da segurança, mas como motoristas de deputados e em outros
serviços do Parlamento. No áudio obtido pelo site Bahia Notícias, o coronel
Yuri é alertado pelos PMs.
Nessa sexta-feira (27/9), foi confirmado que o presidente
Marcelo Nilo nomeou o deputado Deraldo Damaceno (PSL) como novo representante
do grupo de trabalho que tem a finalidade de promover estudos e apresentar
propostas de reestruturação e modernização organizacional da Polícia Militar.
Deraldo ocupa o lugar do deputado estadual Capitão Tadeu (PSB), afastado, após
a série de denúncias dos policiais que integram a Ong Observatório de Cidadania
ao Ministério Público, que tem o deputado socialista como um dos idealizadores.
O dirigente do Legislativo estadual foi incitado a explicar a
nomeação do “namorado” de uma de suas filhas, Marcelo Dantas Veiga, 23 anos,
como subprocurador-geral do Legislativo, no último dia 31 de agosto, pouco mais
de um mês após o jovem receber o diploma de Direito, na Unijorge. Nilo
minimizou ao destacar a inexistência de nepotismo na situação. Segundo ele, os
critérios que nortearam a escolha do profissional para o cargo foram os da
“competência e confiança”.
A Assessoria de Comunicação da Assembleia emitiu nota
explicando que a escolha do advogado para o cargo de subprocurador geral da
Assembleia Legislativa foi do titular da Procuradoria Geral da Casa, Graciliano
Bonfim, também professor de Direito. Conforme a nota, a seleção de “caráter
objetivo” seguiu os itens exigidos para a ocupação de qualquer cargo na
estrutura do Legislativo.
Veiga seria ex-aluno do procurador-Geral da Assembleia
Legislativa na Universidade Católica do Salvador, onde, segundo é informado,
“se destacou por suas qualidades técnicas e profissionais”. “Igualmente não
possui processo criminal ou administrativo no seu conselho de classe,
antecedentes criminais ou mesmo fato público que desabone a sua imagem”. A nota
diz que o advogado não é e nem nunca foi casado com alguma das filhas do
presidente da Assembleia.