A região aumentou sua fatia
no mercado nacional de 14% para 17%, entre 2009 e 2011, de acordo com a
Associação Brasileira do Mercado Erótico (Abreme). “Acho que é por causa do
clima quente, do jeito do baiano”, arrisca Juliana Suassuna Medrado, dona da
empresa de artigos eróticos Rua Sete, sobre o sucesso dos produtos na Bahia.
Já a presidente da Abreme, Paula Aguiar, credita ao trabalho
‘corpo a corpo’ das consultoras a posição privilegiada que a Bahia ocupa no
mercado. “Elas fazem um trabalho importante, mais forte até do que a internet.
E as lojas daqui são maravilhosas.”la veio a Salvador para debater as
tendências de mercado no 4º Workshop de Negócios do Mercado Erótico, que
acontece nesta quarta-feira (veja boxe). Sobre as novidades, ela ressalta os
chamados produtos ‘leves’ – que podem ser usados por qualquer pessoa. “O
esmalte afrodisíaco (que contém hormônios estimulantes), gel e óleos de
massagem podem ser usados por cristãos e até o público teen”, ressalta. Os
produtos mais vendidos do Sexshop Gospel, especializado na venda de produtos
eróticos para evangélicos, são vibradores, massageadores, bolinhas excitantes,
fantasias e lubrificantes.
Cristã ou do candomblé, a verdade é que mulher compra mais.
“Tem gente que acha que sex shop só é frequentado mais por homens gays. Se
dependesse deles, eu estava lascada. 90% das vendas são para mulheres”, afirma
a dona de sex shop Bárbara Oliveira, que escreveu o livro O Prazer É Todo Meu.
Ela abriu o negócio, que fica próximo a um motel no bairro Costa Azul, há quase
dez anos.
Já Cibele Brito, dona de um sex shop no Centro afirma que 70%
de seus clientes são homens, e relaciona esse percentual ao local onde fica a
loja.
“Eles frequentam, e
como frequentam!”, ressalta Cibele, que vende principalmente bombas penianas
(que prometem aumentar o tamanho do pênis e diminuir a ejaculação precoce),
vibradores e o chamado Gel Orgasme, que “proporciona às mulheres orgasmos de
até 15 minutos”.
Barreira
Trabalhando há oito meses da loja Desejos, no bairro de
Nazaré, Fabrícia Oliveira no começo tinha vergonha, mas aprendeu a controlar a
timidez. “É a primeira vez que eu trabalho com esse tipo de produto. Hoje, eu
acho um parque de diversões”, brinca a moça, que garante testar os produtos
antes de apresentar aos clientes. “Tem que testar, para dar a certeza ao
cliente de que o produto é bom”, diz. Ela ainda afirma que os produtos da loja
podem ajudar as pessoas com problemas. “Tem gente que aparece com problemas de
ereção e fica tímido para contar, perguntar sobre os produtos. A gente tenta
deixar ele à vontade”, conta.