O Programa Mais Médicos para o Brasil, lançado nesta
segunda-feira (8) pelo governo federal, vai abrir cerca de 10 mil vagas para
atuação exclusiva na atenção básica em periferias de grandes cidades,
municípios de interior e no Norte e Nordeste do país. O salário deve ficar em
torno de R$ 10 mil. Inicialmente, os postos serão destinados a profissionais
com diploma obtido no Brasil ou ratificado pelo Revalida. Caso não sejam
preenchidas todas as vagas do programa, o governo anunciará um “trâmite
diferenciado” para trazer médicos diplomados de outros países. Neste caso, o
Ministério da Saúde adiantou que o contrato será temporário de, no máximo, três
anos. Além disso, os diplomas estrangeiros devem ter origem em “universidades
reconhecidas internacionalmente”. “Se o exame fosse realizado, não poderíamos
determinar onde esse profissional poderia atuar, o que, possivelmente, não
resolveria o problema instalado de falta de médicos nas regiões mais carentes
do país”, explicou, em nota, o Ministério da Saúde, para justificar a dispensa
do Revalida. O estrangeiro, ao chegar ao Brasil, passará por três semanas de
treinamento e avaliação, para capacitar-se em língua portuguesa e em saúde
básica. A vinda de médicos com diploma de outros países sem a aprovação no
Revalida foi motivo de diversas manifestações em todo o país. Para eles, é um
risco para a saúde pública trazer profissionais que não conhecem a realidade
brasileira. “Nós não vamos permitir que a população brasileira seja atendida
por médicos desqualificados e que não tiveram a sua competência avaliada”,
disse Roberto d'Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.