Dois presos foram decapitados e tiveram os corações
arrancados durante uma rebelião na Penitenciária 1, de Itirapina, no interior
de São Paulo, que durou cerca de 22 horas. Segundo o Estadão, os detentos
tomaram a penitenciária com 68 familiares dentro (pelo menos dez crianças) na
manhã deste domingo e só terminaram o motim na manhã desta segunda-feira.
De acordo com os familiares, o motivo da rebelião foi a
proibição de entrada durante a visita íntima dos presos de uma mulher de um
detento. Os presos fecharam o acesso ao pátio e às celas com colchões
amarrados. Durante o protesto, dois presos foram mortos com golpes de estilete
numa das celas. As cabeças e corações foram arrancados e jogados no pátio num
latão para que a direção da penitenciária pudesse ver, relataram as mulheres de
presos e agentes penitenciários.
“Não havia uma pauta específica de reivindicações. Eles
tentaram pegar um agente penitenciário, mas não conseguiram. Com a chegada do
Choque, decidiram pedir para as mulheres saírem e entregaram as armas”, afirmou
o secretário-geral do Sindicato dos Agentes Penitenciários, João Alfredo de
Oliveira. Os presos mortos foram acusados pelos demais detentos de serem
informantes da polícia, afirmaram as mulheres dos detentos. “Não vimos eles
serem mortos, só vimos depois os corpos.
Por volta das 8h30 a PM entrou no presídio para ajudar na
vistoria. Não foi preciso o uso de força pela polícia para invadir o pátio. Os
presos decidiram entrar num acordo, afirmou o presidente do Sindicato dos
Agentes Penitenciários. Pelo menos 75 presos envolvidos no motim foram
transferidos para outras penitenciárias de manhã, depois que a Tropa de Choque
havia deixado a unidade.
A P1 de Itirapina tem capacidade para 210 detentos e hoje tem
692 encarcerados. Na unidade, estão presos que são impedidos de entrar nos
presídios que são dominados por facções criminosas, como o Primeiro Comando da
Capital (PCC). A Secretaria de Administração Penitenciária do Estado divulgará
uma nota oficial sobre o caso no fim da tarde.