A caçada ao homem mais procurado do mundo, o terrorista Osama
bin Laden, poderia ter terminado há oito anos, quando ele foi parado por um
guarda de trânsito, após o carro em que estava exceder o limite de velocidade
em uma avenida de Abbottabad, no Paquistão. A revelação extraordinária foi
feita na noite desta segunda-feira, pela rede TV Al Jazeera, que teve acesso a
uma investigação oficial do governo paquistanês sobre o líder da Al-Qaeda.
Segundo o testemunho de Maria, esposa de Ibrahim al-Kuwaiti,
um dos guarda-costas de Bin Laden, o terrorista fazia visitas ocasionais de
carro ao bazar local. Ela disse aos investigadores que, em um trajeto de carro,
ele foi parado por um policial por excesso de velocidade, mas que seu marido
"rapidamente resolveu a questão". Se o policial foi pago ou
simplesmente não conseguiu identificar o passageiro famoso, Maria não explicou.
No relatório, a Comissão de Abbottabad, que investiga a vida
de Bin Laden durante sua estadia no Paquistão, concluiu que os militares e o
governo do país perderam inúmeras oportunidades de prender Osama.
"Negligência culpável e incompetência em quase todos os níveis do governo",
aponta o documento.
O relatório também critica o fracasso das autoridades
paquistanesas em perceber sinais da presença de Bin Laden no país. “É
inacreditável como todo o bairro, as autoridades locais, policiais e oficiais
de inteligência não notaram o arame farpado, além da falta de carros e
visitantes à casa de Osama”, diz outro trecho do documento.
A investigação, criada depois que agentes da marinha
norte-americana mataram Bin Laden, em 2011, critica ainda os militares
paquistaneses por não terem notado a atuação dos americanos no território do
país asiático.
De acordo com informações da Al Jazeera, os cidadãos do
Paquistão esperam agora que a liderança do país peça oficialmente desculpas
pela série de erros cometidos.