Dos 30 municípios do País com as maiores taxas de homicídios
de jovens em 2011, onze são baianos. No topo do ranking nacional está Simões
Filho (Grande Salvador), com taxa de 378,9 (por 100 mil habitantes). Os dados
são do estudo Mapa da Violência – Assassinato de Jovens, realizado pelo
Instituto Sangari/Ministério da Justiça, e que é publicado oficialmente nesta
quinta-feira, 18.
No estudo anterior, divulgado em março deste ano, Simões
Filho apresentava índice de 141,5 homicídios por 100 mil habitantes, já no primeiro
lugar no ranking dos municípios com mais de 20 mil habitantes (sem especificar
a idade) com as mais altas taxas de homicídios em 2010.
O estudo atual leva em consideração 100 municípios do País de
população com mais de 20 mil jovens (15 a 24 anos). Entre os 30 primeiros, não
há cidades do Rio de Janeiro nem de São Paulo. Alagoas (5); Pará e Paraíba (3
cada); Espírito Santo, Goiás e Minas Gerais (2 cada); Pernambuco e Paraná (1
cada), completam a lista.
Na Bahia, Lauro de Freitas está em 8º lugar, seguida de Porto
Seguro (9º), Itabuna (11º), Camaçari (16º), Teixeira de Freitas (17º),
Eunápolis (23º), Alagoinhas (24º), Valença (25º), Ilhéus (29º) e Salvador
(30º).
Por meio da assessoria, a Secretaria da Segurança Pública
informa que não comenta os dados porque não teve acesso ao estudo. Mas destaca
que crimes contra a vida na capital tiveram redução de 14%, de janeiro a maio
de 2013, em relação ao mesmo período de 2012. Na região metropolitana, aponta
redução de 26,3% no comparativo dos mesmos períodos.
Em cidades como Lauro de Freitas, Porto Seguro e Itabuna,
onde foram instaladas bases comunitárias de segurança, a SSP informa que
“índices de violência reduziram em cerca de 15%”.
Ainda segundo a SSP, as reduções foram fruto do “trabalho das
polícias Militar, Civil e Técnica, e da execução das ações do programa Pacto
Pela Vida, como a implantação de 12 bases comunitárias de segurança e do
Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP)”.
Pesquisador “Isto demonstra fragilidade do nosso sistema de
segurança e da justiça. Dizer que é por causa do tráfico não pode ser
justificativa. Tem que investigar mais a fundo”, opina o pesquisador do
Programa de Gestão e Estudo de Segurança Pública da Universidade Federal da
Bahia, coronel Antônio Jorge Ferreira.
Questões hormonais e psicológicas da juventude, aliadas à
fragilização de controles sociais (família, escola, religião) são apontadas por
ele como razões para homicídios de jovens.