O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve em Salvador
nesta sexta-feira para participar da oficina de preparação aos municípios
baianos para adesão ao programa Mais Médicos, lançado pela presidente Dilma
Rousseff como medida para reduzir o déficit de profissionais em cidades do
interior em nas áreas carentes das metrópoles.
Além de minimizar os ataques da oposição, Padilha garantiu
que a possível desvalorização dos médicos brasileiros considerada pelas
entidades da categoria em virtude do programa não condiz com os propósitos do
projeto. “Os médicos brasileiros têm que ficar tranquilos. Se a gente tiver um
número suficiente de brasileiros nós não vamos chamar nenhum médico de outro
país. Agora, se faltar médico brasileiro com unidade pronta e com a população
precisando de atendimento, a gente vai atrás de médicos em outros países”,
disse o ministro em entrevista à rádio Tudo FM.
Padilha afirmou que o país aumentou nos últimos anos quatro
vezes o investimento per capita na saúde, mas admitiu que a situação é inferior
à realidade de vizinhos sul-americanos como Argentina, Uruguai e Chile. Sobre
as queixas de clínicas e médicos de não atenderem pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) pela falta de investimento, Padilha considerou que em algumas situações
“é evidente”, e complementou ao afirmar que o principal desafio é equilibrar o
número de profissionais às necessidades da saúde brasileira.
“Se a gente fosse ter no Brasil o que a argentina tem,
precisaríamos de mais 400 mil médicos, mas do que o dobro do que existe no
país”. O ministro também comentou a celeuma criada pela suposta preferência do
governo por médicos cubanos e lembrou que os profissionais da ilha comunista já
fizeram outras parcerias com o Brasil. “Há muito anos que temos parceria com a
saúde de Cuba e para solucionar o problema não deve se partidarizar o debate”,
declarou o ministro, ao relatar que no governo Fernando Henrique Cardoso, o
então ministro da Saúde José Serra havia recorrido a médicos de Cuba.