domingo, 21 de julho de 2013

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pede serenidade e diz que FHC também já tentou trazer médicos de Cuba


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve em Salvador nesta sexta-feira para participar da oficina de preparação aos municípios baianos para adesão ao programa Mais Médicos, lançado pela presidente Dilma Rousseff como medida para reduzir o déficit de profissionais em cidades do interior em nas áreas carentes das metrópoles.
Além de minimizar os ataques da oposição, Padilha garantiu que a possível desvalorização dos médicos brasileiros considerada pelas entidades da categoria em virtude do programa não condiz com os propósitos do projeto. “Os médicos brasileiros têm que ficar tranquilos. Se a gente tiver um número suficiente de brasileiros nós não vamos chamar nenhum médico de outro país. Agora, se faltar médico brasileiro com unidade pronta e com a população precisando de atendimento, a gente vai atrás de médicos em outros países”, disse o ministro em entrevista à rádio Tudo FM.
Padilha afirmou que o país aumentou nos últimos anos quatro vezes o investimento per capita na saúde, mas admitiu que a situação é inferior à realidade de vizinhos sul-americanos como Argentina, Uruguai e Chile. Sobre as queixas de clínicas e médicos de não atenderem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pela falta de investimento, Padilha considerou que em algumas situações “é evidente”, e complementou ao afirmar que o principal desafio é equilibrar o número de profissionais às necessidades da saúde brasileira.

“Se a gente fosse ter no Brasil o que a argentina tem, precisaríamos de mais 400 mil médicos, mas do que o dobro do que existe no país”. O ministro também comentou a celeuma criada pela suposta preferência do governo por médicos cubanos e lembrou que os profissionais da ilha comunista já fizeram outras parcerias com o Brasil. “Há muito anos que temos parceria com a saúde de Cuba e para solucionar o problema não deve se partidarizar o debate”, declarou o ministro, ao relatar que no governo Fernando Henrique Cardoso, o então ministro da Saúde José Serra havia recorrido a médicos de Cuba.