domingo, 21 de julho de 2013

Motorista de prefeitura de uma hora pra outra tornou-se dono de uma empresa de ônibus.


Gilberto Belmiro foi agraciado com um emprego de motorista na secretaria municipal de Saúde de Ilhéus. Mas de uma hora pra outra tornou-se dono de uma empresa de ônibus na cidade. "Um ex-vereador que conseguiu o emprego pra mim, me procurou e disse que precisava de uma pessoa de confiança para virar dono de uma empresa dele", assumiu hoje, em depoimento na Polícia Federal. Para tornar-se empresário, Belmiro recebia meio salário mínimo todo mês, mas queixa-se que há dois anos não recebia um centavo sequer. "Deixaram de me pagar", lamenta. Chateado, disse que soube hoje, através do delegado da PF, que "sua" empresa está atolada em dívidas.
O "laranja" assumido alega que conhecia o político "de vista" e que nunca teve muita aproximação a ele. "Ele me pediu, me levava ao fórum, eu assinava um monte de coisa e pronto", revelou ao Jornal Bahia Online. "Nunca achei nada estranho. Você arruma um emprego, mostra que é honesto e é convidado depois para ajudar. Normal isso", declarou.
Segundo o delegado-chefe da PF, Mário Lima, os erros cometidos pelos acusados são grosseiros. Há empresas concorrentes que possuem coincidência de sócios. "Há um caso em que uma empresa participou de licitações e tinha procuração de concorrentes", afirma. O delegado disse ainda que há provas, inclusive com declarações junto ao Tribunal Regional Eleitoral que, na eleição de 2008, meses antes delas garanhem licitações, estas empresas contribuiram para a campanha de um ex-prefeito e um ex-vereador, hoje secretário municipal.

Os documentos apreendidos hoje, segundo o delegado, servirão para fortelecer o conjunto de provas já existentes. Foram efetuados sete mandados de busca e apreensão e diversos servidores públicos já foram ouvidos. O ex-presidente da Câmara de Ilhéus, também já prestou depoimento. O ex-prefeito pediu para depor nesta sexta(19)