O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta terça-feira a
abertura de mais 11.500 vagas para cursos de Medicina em todo país. A medida
faz parte do programa ‘Mais Médicos’, anunciado pela presidenta Dilma Rousseff
nesta segunda. De acordo com Paulo Speller, secretário de Ensino Superior do
MEC, 396 vagas serão destinadas ao Rio de Janeiro, sendo apenas seis para universidades
federais.
Atualmente, o Rio conta com 2.422 vagas em cursos de
Medicina, entre particulares e públicas. As novas oportunidades estarão
presentes nos vestibulares entre 2013 e 2017.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, evitou polemizar com
o Conselho Federal de Medicina, que se mostrou contra o trabalho de estudantes
no SUS. A partir de 2015, alunos de Medicina de faculdades públicas e privadas
terão que atender durante dois anos pacientes nos serviços de urgência e
emergência de hospitais públicos e postos de saúde para obter o diploma.
"Faltam médicos no Brasil. Não tem nada a ver com
serviço obrigatório. Durante dois anos, vamos colocar esse profissional, sob
supervisão, para que ele possa ser melhor formado", afirmou.
A medida anunciada pela presidenta prevê ainda a contratação
até setembro de 10 mil médicos brasileiros e estrangeiros para atuar no
interior do país e periferias das grandes cidades. Eles receberão R$ 10 mil e
terão direito a moradia, alimentação e transporte.
Quem for trabalhar na Amazônia receberá R$ 30 mil de ajuda de
custo; R$ 20 mil para o Nordeste, Centro-Oeste (com exceção do Distrito Federal)
e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais; e de R$ 10 mil nas capitais, Regiões
Metropolitanas e DF.
"O debate tem que ocorrer de forma respeitosa e com
diálogo. Esse programa não vai tirar o emprego de médico brasileiro. Esse
debate tem que estar acima de tudo", frisou Padilha.
Alexandre Padilha evitou polemizar com Conselho Federal de
Medicina
Pelo menos oito municípios fluminenses estão na lista de
prioridades do governo para receber os novos médicos estrangeiros. São eles:
Duque de Caxias, Guapimirim, Japeri, Magé, Paracambi, Queimados, Seropédica e a
capital (áreas carentes). No país, há 1.290 municípios com carência de
profissionais. Qualquer cidade que possua, no mínimo, um posto de saúde em
áreas carentes poderá se inscrever.
Outros cursos na mira
De acordo com Paulo Speller, há estudo em andamento para que
alunos de outros cursos na área de Saúde, como Odontologia, Enfermagem,
Psicologia, Nutrição e Fisioterapia, também passem no futuro pelo mesmo
processo proposto para estudantes de Medicina a partir de 2015.
"Já estávamos trabalhando nisso anteriormente ao
lançamento deste programa. É uma preocupação nas universidades e no Ministério
da Educação", ressaltou Paulo Speller, secretário de Ensino Superior do
Ministério da Educação.
Confira listão com a divisão das vagas
Região Norte
Graduação em Medicina: 1.231 novas vagas
Residência médica: 1.291 novas vagas
Região Nordeste
Graduação em Medicina: 4.237 novas vagas
Residência médica: 4.132 novas vagas
Região Centro-Oeste
Graduação em Medicina: 1.274 novas vagas
Residência médica: 934 novas vagas
Região Sudeste
Graduação em Medicina: 3.185 novas vagas
Residência médica: 5. 177 novas vagas
Região Sul
Graduação em Medicina: 1.520 novas vagas
Residência médica: 838 novas vagas