O acidente envolvendo um ônibus que causou a morte de 10
pessoas na BR-101, no extremo sul da Bahia, pode ter ocorrido por falha do
motorista, segundo aponta o delegado Maderson Souza Dias. Ele recebeu os
resultados dos laudos periciais nesta terça-feira (16) do Departamento de
Polícia Técnica (DPT).
O ônibus, que viajava da cidade de Vitória, no Espírito
Santo, para Itamaraju, perdeu o controle na Curva da Tarifa, no km-895, e caiu
em uma depressão de quatro metros de profundidade. Nove pessoas morreram no
local, uma no hospital e 17 se feriram.
Trecho do laudo indica que motorista perdeu a lucidez por
alguns instantes, momento em que o veículo saiu da pista
"Foram dois laudos, um baseado nas imagens cedidas pela
empresa, que concluiu que o veículo estava em boas condições, sem anomalias. O
segundo foi sobre o local e o veículo. Os peritos concluíram que o veículo foi
direcionado para o lado esquerdo e invadiu a pista. E, segundo as filmagens, há
sincronia da cabeça do motorista saindo e retornando. Eles acham que isso se
deve à falta de lucidez, por alguns centésimos de segundo, antes do
acidente", afirma o delegado.
Maderson Souza Dias afirma que recebeu testemunhas do
Espírito Santo, após recebimento dos laudos, para o prosseguimento das
investigação. "O caminho está indo por isso mesmo. O inquérito vai
informar se houve negligência ou não", disse.
O ônibus interestadual da empresa Águia Branca transportava
31 passageiros, de acordo com informações da empresa. A Polícia Rodoviária
Federal (PRF) disse que o motorista perdeu o controle do veículo na curva, que
é considerada "perigosíssima", e caiu em uma depressão de cerca de
quatro metros de profundidade.
Na ocasião, a empresa
informou que não descartava a possibilidade do motorista ter dormido, porém,
não trabalha com essa hipótese. A Águia Branca disse que o motorista atuava há
três anos na empresa e que não tinha qualquer antecedente de acidente ou
restrição de atuação.
"Saliento que
essa região tem muita neblina nessa época do ano por conta de mudanças nas
condições climáticas. Não podemos confirmar que isso tenha sido a causa, é
somente uma das hipóteses", disse na ocasião o sargento Ivan Moura, chefe
da guarnição do Corpo de Bombeiros.