Em audiência pública nesta segunda-feira, 3, a Câmara
Municipal de Fortaleza discutiu a disponibilização de armamento de fogo para os
servidores da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza. O debate, proposto
pelo vereador Márcio Cruz (PR), apresentou o modelo de gestão implementado na
cidade de Curitiba e os resultados obtidos do município, em que a Guarda
Municipal conta com o porte de arma. Márcio Cruz destacou a situação enfrentada
por guardas municipais na Capital cearense, que reivindicam melhores condições
de trabalho. O parlamentar enfatizou o compromisso do prefeito Roberto Cláudio
com a capacitação e armamento da Guarda Municipal. Dentre os problemas na
instituição estão ainda o sucateamento das viaturas, militares ocupando cargos
comissionados e o deficit salarial. “O guarda não tem uma motivação para
prestar o bom serviço. Problemas em acúmulo ao longo de oito anos, deixando
muitas vezes o servidor de lado”, apontou. O diretor da Guarda de Curitiba, Frederico
Carvalho, relatou a política de segurança implantada na cidade, que conta com o
armamento dos guardas municipais com foco na prevenção dos conflitos e da
criminalidade. Os servidores, dividido em nove núcleos regionais, contam com
equipamentos letais (pistola 380, carabina 12 e o revólver 38) e capacitação
para o exercício da serviço. Em Curitiba a Guarda Municipal, que integra a
Secretaria de Defesa Social, desenvolve ações de prevenção nas escolas de
Curitiba, dentre os projetos o destaque é para a Guarda Municipal Mirim. Outros
pontos trabalhados pela instituição são o combate ao tráfico de entorpecentes,
em conjunto com a Polícia Militar e Civil do Estado, e as pichações, que como
apontou Frederico Carvalho, estão por trás de muitos delitos, crime que nos
primeiros três meses de 2013 já registrou mais de 200 ocorrências pelo órgão.
Em relação ao armamento da Guarda Municipal de Fortaleza, o inspetor Fábio
Aquino, representando a gestão municipal, atentou para um planejamento do
Executivo sobre a questão. Segundo o inspetor a medida é vista como uma
necessidade para o exercício do serviço público no Município, atendendo um
clamor da categoria e da população por uma melhoria na segurança pública da
Capital. Para o presidente interino da Associação dos Profissionais da
Segurança Pública no Estado (Aprospec), inspetor da Policia Civil Gustavo
Simplício Moreira, o poder público precisa implementar ações efetiva. O
dirigente fez uma comparação dos equipamentos da Guarda Municipal e dos
utilizados em crimes, o que mostra a vulnerabilidade no exercício da profissão,
estando os guardas apenas com o taser (arma de choque). “Os governos devem
acordar para a questão e não continuar com o sistema que vem sendo implementado
nos último oito anos”, pontuou. O debate contou com a participação do
comandante do Grupo Tático de Apoio (GTA) da Guarda de Maracanú, inspetor
Everton de Sousa ; o guarda municipal Arthur Cavalcante, que já coordenoou a
Guarda de Pacajus; a guarda municipal Kátia Costa, instrutora de treino credenciado
pelo Exército e pela Academia Nacional de Tiro.