Moradores de Teixeira de Freitas amanheceram transtornados
nesta quinta-feira (11) após uma humilhação imposta por guardas municipais do
município, esses que são ligadas diretamente ao gabinete do Prefeito Municipal,
contra a família de um camelô oriundo da cidade de Feira de Santana.
O camelô, que por ser de outra cidade não é filiado à
Associação de Vendedores Ambulantes da cidade, para sustento de sua esposa e um
bebê de colo, instalou sua pequena barraca nas imediações do Supermercado Faé,
centro de Teixeira de Freitas. Mas no final da tarde o sossego da humilde família
foi interrompido pela presença de cinco fortes guardas municipais, esses que
segundo populares, chegaram rapidamente numa ação conhecida por “rapa” e
começaram a destruir o espaço de trabalho do feirense.
O vendedor, no intuito de defender seu pequeno patrimônio,
ainda tentou mostrar aos guardas as notas fiscais da sua mercadoria, momento
que foi dominado, jogado a chão e sua barraca destruída. O ambulante Carlos
Kaleu Vale, 27 anos, quando era jogado ao chão, recebeu o apoio da esposa
Francisca Rogiele, de 18 anos, que mesmo estando com uma criança no colo,
também foi agredida, tendo o seu vestido puxado, ficando seminua na frente de
todos que estavam próximos ao local. Os guardas municipais, que estavam
visivelmente nervosos, não quiseram falar com a imprensa presente no local,
sendo que um profissional de imprensa que registrava o fato, esse que ainda não
identificado, teria sido ameaçado de ter confiscada sua câmera
fotográfica.
Na manhã desta quinta-feira (11) Carlos compareceu à
delegacia da Polícia Civil (DEPOL) onde registrou uma ocorrência policial. No
plantão ele relatou que teve um dente quebrado e várias lesões pelo corpo.
Segundo ele, cinco guardas o agrediram, um deles com um capacete, jogando seus
materiais e dinheiro no chão. Rapidamente uma multidão se aproximou em defesa
do ambulante e os guardas chegaram a ser agredidos por populares. Vândalos
subtraíram parte do material que estava sendo comercializado pelo ambulante e a
confusão só foi controlada com a chegada de policiais militares, esses que
também foram acusados de truculência. Os guardas alegaram que houve desacato
por parte do casal de ambulantes.
“Minha mercadoria não é roubada. Eu apresentei as notas
fiscais, sou trabalhador e estou vendendo honestamente meus produtos,” desabafou
o Carlos.
Segundo Andreia Macedo, uma cliente que estava comprando no
momento, os guardas foram arbitrários e abusados. “Fiz questão de vir até a
delegacia defender o ambulante porque ele não estava fazendo nada de errado e
os servidores já chegaram quebrando tudo”, disse. Segundo um transeunte,
identificado como Joelmir de Souza, ele achou um absurdo a atitude dos guardas.
“Eu estava passando na hora e fiquei revoltado com o que vi”.