Prestes a completar dois meses do
acidente envolvendo um ônibus da Águia Branca, familiares das vítimas
procuraram nossa equipe para saber como anda as investigações, já que os mesmos
moram em Vitória-ES e não têm nenhuma informação sobre o caso.
Procuramos em primeiro lugar o delegado responsável pelas
investigações, Dr. Maderson Souza Dias, e ele disse que estava apenas
aguardando o laudo pericial do Departamento de Polícia Técnica para encaminhar
o processo à promotoria. Então, procuramos o Departamento de Polícia Técnica e
conseguimos falar com o perito Bruno Melo. O perito nos informou que até a
presente data não havia recebido de volta, o vídeo com as imagens do
monitoramento interno da cabine do motorista do ônibus, acidentado em 15 de
maio. Segundo o perito, a empresa Águia Branca havia prometido devolver as
imagens em no máximo 07 ou 15 dias. “Os representantes da empresa teriam
alegado no momento dos exames periciais, que as imagens seriam apagadas
automaticamente, caso não fossem coletadas com urgência. Diante dessa
informação nossa equipe autorizou o encaminhamento das referidas imagens para a
empresa de monitoramento responsável, no estado do Paraná e ficando na
responsabilidade da Águia Branca nos devolver, já que essas imagens seriam
provas cruciais para sabermos o que realmente aconteceu no dia do acidente.
Mas, até o momento não recebemos nada, e isso tem prejudicado na agilidade da
conclusão do laudo”, declarou o perito Bruno Melo. Segundo Cleber Batista da
Silva, neto de Joselita Maria de Jesus, que morreu no acidente – a empresa não
vem dando a assistência necessária à família e até o caixão de sua avó foi
enviado sem o suporte. Lucas ainda teve a mãe, Maria de Lourdes de Jesus
Batista e o padrasto, Silas Santos de Oliveira, envolvidos no acidente e que
foram hospitalizados no HMTF e em seguida liberados. “Só depois que chegaram a
Vitória que descobrimos que Maria de Lourdes (a mãe) estava com a clavícula
esquerda quebrada, o úmero quebrado, fratura na costela e na coluna. E o Silas
estava com fratura na costela”, disse Cleber. Ainda segundo o Cleber, sua
família já gastou uma boa quantia em dinheiro com exames dos dois (sem ter
condições para isso) e a empresa ainda não devolveu e nem está dando atenção
necessária.
“Quanto às investigações não sabemos de nada, quando
procuramos saber em que pé estava, a empresa disse que o processo iria ser
arquivado, precisamos de respostas. Quero ressaltar, que a empresa está
querendo esconder alguma coisa, porque meu padrasto tinha ido ao banheiro
minutos antes do acidente e viu quando o carro começou a sair da pista, e ele
ainda conta que um casal de idosos toda a hora chamava o motorista, que estava
cochilando. E meu padrasto nem foi ouvido pela polícia da Bahia”, argumenta o
Cleber Batista, neto de dona Joselita (vítima fatal) e filho de Maria de
Lourdes (sobrevivente). O advogado da família do Cleber falou que está achando
algo estranho neste caso, e diante disso ele já tomou algumas providências. “A
família está se sentido prejudicada, por isso entramos com uma ação na justiça
para que eles sejam indenizados por todos os danos decorrentes do acidente,
pois até o momento, a empresa mostrou ser inerte aos problemas deles. Ainda
vamos pedir na justiça que a empresa entregue imediatamente as imagens do vídeo
monitoramento à polícia”, declara o advogado Henrique Vieira. Diante de todos
os fatos, também tentamos falar com o promotor responsável pelo caso em Caravelas,
para saber por que ainda não havia determinado uma data para entrega dessas
imagens.
NOTA DA ÁGUIA BRANCA:
Viação Águia Branca informa que será entregue na próxima
semana o vídeo com as imagens do monitoramento interno na cabine do motorista
do ônibus acidentado em 15 de maio. A Viação Águia Branca aguarda um laudo
técnico da empresa fornecedora do equipamento de vídeo monitoramento,
confirmando a autenticidade da gravação e a ausência de qualquer tipo de
interferência. Este laudo tem previsão de entrega nos próximos dias, quando
será imediatamente repassado às autoridades policiais do estado da Bahia, que
conduzem a investigação do acidente.