domingo, 7 de julho de 2013

Familiares acusam a Águia Branca por atrapalhar o inquérito e por falta de assistência pós-acidente


Prestes a completar dois meses do acidente envolvendo um ônibus da Águia Branca, familiares das vítimas procuraram nossa equipe para saber como anda as investigações, já que os mesmos moram em Vitória-ES e não têm nenhuma informação sobre o caso.
Procuramos em primeiro lugar o delegado responsável pelas investigações, Dr. Maderson Souza Dias, e ele disse que estava apenas aguardando o laudo pericial do Departamento de Polícia Técnica para encaminhar o processo à promotoria. Então, procuramos o Departamento de Polícia Técnica e conseguimos falar com o perito Bruno Melo. O perito nos informou que até a presente data não havia recebido de volta, o vídeo com as imagens do monitoramento interno da cabine do motorista do ônibus, acidentado em 15 de maio. Segundo o perito, a empresa Águia Branca havia prometido devolver as imagens em no máximo 07 ou 15 dias. “Os representantes da empresa teriam alegado no momento dos exames periciais, que as imagens seriam apagadas automaticamente, caso não fossem coletadas com urgência. Diante dessa informação nossa equipe autorizou o encaminhamento das referidas imagens para a empresa de monitoramento responsável, no estado do Paraná e ficando na responsabilidade da Águia Branca nos devolver, já que essas imagens seriam provas cruciais para sabermos o que realmente aconteceu no dia do acidente. Mas, até o momento não recebemos nada, e isso tem prejudicado na agilidade da conclusão do laudo”, declarou o perito Bruno Melo. Segundo Cleber Batista da Silva, neto de Joselita Maria de Jesus, que morreu no acidente – a empresa não vem dando a assistência necessária à família e até o caixão de sua avó foi enviado sem o suporte. Lucas ainda teve a mãe, Maria de Lourdes de Jesus Batista e o padrasto, Silas Santos de Oliveira, envolvidos no acidente e que foram hospitalizados no HMTF e em seguida liberados. “Só depois que chegaram a Vitória que descobrimos que Maria de Lourdes (a mãe) estava com a clavícula esquerda quebrada, o úmero quebrado, fratura na costela e na coluna. E o Silas estava com fratura na costela”, disse Cleber. Ainda segundo o Cleber, sua família já gastou uma boa quantia em dinheiro com exames dos dois (sem ter condições para isso) e a empresa ainda não devolveu e nem está dando atenção necessária.

“Quanto às investigações não sabemos de nada, quando procuramos saber em que pé estava, a empresa disse que o processo iria ser arquivado, precisamos de respostas. Quero ressaltar, que a empresa está querendo esconder alguma coisa, porque meu padrasto tinha ido ao banheiro minutos antes do acidente e viu quando o carro começou a sair da pista, e ele ainda conta que um casal de idosos toda a hora chamava o motorista, que estava cochilando. E meu padrasto nem foi ouvido pela polícia da Bahia”, argumenta o Cleber Batista, neto de dona Joselita (vítima fatal) e filho de Maria de Lourdes (sobrevivente). O advogado da família do Cleber falou que está achando algo estranho neste caso, e diante disso ele já tomou algumas providências. “A família está se sentido prejudicada, por isso entramos com uma ação na justiça para que eles sejam indenizados por todos os danos decorrentes do acidente, pois até o momento, a empresa mostrou ser inerte aos problemas deles. Ainda vamos pedir na justiça que a empresa entregue imediatamente as imagens do vídeo monitoramento à polícia”, declara o advogado Henrique Vieira. Diante de todos os fatos, também tentamos falar com o promotor responsável pelo caso em Caravelas, para saber por que ainda não havia determinado uma data para entrega dessas imagens.

NOTA DA ÁGUIA BRANCA:


Viação Águia Branca informa que será entregue na próxima semana o vídeo com as imagens do monitoramento interno na cabine do motorista do ônibus acidentado em 15 de maio. A Viação Águia Branca aguarda um laudo técnico da empresa fornecedora do equipamento de vídeo monitoramento, confirmando a autenticidade da gravação e a ausência de qualquer tipo de interferência. Este laudo tem previsão de entrega nos próximos dias, quando será imediatamente repassado às autoridades policiais do estado da Bahia, que conduzem a investigação do acidente.