A
cocaína pode provocar hemorragias nasais. Os alimentos passam da boca para as
narinas e alguns outros efeitos desastrosos também podem ocorrer numa situação
como essa apresentada na imagem acima.
O caso de um jovem americano de 25 anos vai além. Ele foi para o hospital
com um buraco no palato, um resultado da morte do tecido causadas pelo consumo
de cocaína.
Se os efeitos agudos da cocaína já são perigosos, os efeitos e
consequências do uso continuado são letais. Suas consequências são quase sempre
desastrosas sobre a vida do usuário, promovendo prejuízos em suas mais diversas
áreas de funcionamento.
Depressão intensa com
risco de suicídio, desmotivação, sonolência, irritabilidade crônica, episódios
paroxísticos de ansiedade (ataques de pânico) e finalmente psicose paranóide (O
indivíduo tem certeza que está sendo perseguido, mesmo confrontado com a
inexistência de indícios reais) são os efeitos psíquicos mais observados na
utilização crônica da droga. Se antes do uso o indivíduo já apresentar sintomas
depressivos, estes se tornam mais severos ainda, resultando ocasionalmente em
tentativas de suicídio.
Separação
conjugal, abandono de atividades ocupacionais (p.ex. perda de emprego),
incapacidade de cumprimento de obrigações sociais, dependência financeira ou
engajamento em atividades criminais são descritos por muitos usuários
"crônicos".
Aos efeitos crônicos associam-se os efeitos potencialmente letais da
droga. O uso de cocaína é a principal causa de infarto agudo de miocárdio em
jovens (até 40 anos) nos EUA. A cocaína altera o ritmo elétrico cardíaco,
produzindo arritmias, que podem ser visualizadas no eletrocardiograma.
O aumento da pressão arterial descrito contribui para a ocorrência de
hemorragias (sangramentos) em diversas partes do corpo, inclusive no cérebro,
possibilitando a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais (conhecidos como
"derrame"). O aumento de temperatura corpórea pode atingir mais de
42º, provocando a morte por hipertermia. Doses maiores estão relacionadas com
parada respiratória.
Uma das consequências mais importantes do consumo da cocaína é o
surgimento de convulsões. A cocaína é um potente facilitador da ocorrência de
convulsões de todos os tipos, principalmente tônico-clônicas (indistinguíveis
daquelas da epilepsia). Em animais de laboratório (geralmente ratos e macacos)
"tratados" com cocaína, observamos mortes por convulsões
(acompanhados de inanição e exaustão) após 17 dias de consumo da droga.