Um grupo de manifestantes que tinha acabado de sair da Avenida Presidente Vargas, na noite desta quinta-feira, contou que foram atacados, sem nenhum motivo, por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. Segundo a analista de marketing Ana Paula Logrado, por volta das 20h, ela e mais alguns amigos decidiram deixar a manifestação devido aos atos de vandalismo que começaram e seguiram para uma praça na Rua Salvador de Sá, na Cidade Nova, onde foram alvos dos policiais do Bope.
Consideramos o local seguro e paramos pra pegar um táxi, quando, de repente, chegam várias motos do choque atirando balas de borracha e gás lacrimogênio nas pessoas. Começou uma gritaria, todo mundo correndo. Eu e meus amigos nos abrigamos atrás de uma banca de jornal. Os policiais saíram batendo nas pessoas dentro do bar, que não tinham nada a ver com o movimento relatou Ana Paula, que acrescentou que no momento ainda havia crianças e idosos na praça.
O guia de turismo Jesse Ranulfo também confirmou o relato. Segundo Jesse, um amigo seu estava no mesmo bar e ele foi obrigado a se proteger das balas atrás de uma mesa. Já a jornalista Livia Valpassos afirmou que a dona do estabelecimento comercial chegou a gritar “saiam daí! Vocês vão morrer!”.
A atriz Ana Paula Salmeron, de 38 anos, e seus amigos também foram alvos, sem darem motivos, tanto do Bope quanto do Batalhão de Choque. Ela conta que quando o grupo chegou a um bar, na Lapa, o Bope e a cavalaria da PM passaram xingando os que estavam presentes.
Eles passaram pela gente, não pararam. Em seguida, um grupo que vinha na direção contrária à deles, nos relatou que os policiais começaram a atirar aleatoriamente. O bar onde a gente estava ficou fechado por mais de uma hora e a gente preso lá dentro. Eu acho que eles (policiais) não estão preparados psicologicamente pra isso. A intenção do movimento é uma melhoria pra todo mundo. Não sei se, por conta do vandalismo, eles perderam o controle e não estão sabendo em quem focar para atingir.