sábado, 1 de junho de 2013

Homens ficam acorrentados durante 40 dias em ritual no Afeganistão com dieta à base de pão, água e pimenta

Shafi, de 38, é viciado em drogas é está acorrentado a uma parede no santuários de Mia Ali Baba
Um suposto tratamento, praticado em santuários pelo Afeganistão há mais de 300 anos, vem sendo alvo de críticas por parte de profissionais da Saúde e especialistas, que os consideram ineficazes e ultrapassados. O ritual propõe uma prisão de 40 dias como forma de cura a pessoas com deficiência mental, "possuídas por espíritos" e dependentes químicos. É necessário ainda fazer uma dieta à base de pão, água e pimenta preta.

Um menino observa Nabiullah Safi, de 23 anos, que também é viciado em drogas

Santuários como Mia Ali Baba, em Jalalabad, também são acusados de se basearem em superstições religiosas para lucrar com a vulnerabilidade alheia. Por outro lado, os guardiões desses locais afirmam estar contribuindo com a saúde da população, além de, segundo eles, estarem defendendo o legado de seus ancestrais - como um homem considerado santo, chamado Ali Baba, que teria vivido naquela região da cidade para cuidar de doentes mentais rejeitados pela sociedade.

Um carcereiro do santuário afegão corta as correntes do jovem Nabiullah Safi

O diagnóstico dos pacientes é dado pelos responsáveis destes santuários. Se perceberem uma melhoria, os internos podem ser desacorrentados, passando alguns minutos soltos para rezar, caminhar ou visitar uma casa de banho adequada.

Amanullah, 20 anos, viciado em drogas
Amanullah, 20 anos, viciado em drogas 


Nabiullah Safi durante sua prisão de 40 dias no santuário de Mia Ali Baba, em Jalalabad, no Afeganistão
Nabiullah Safi durante sua prisão de 40 dias no santuário de Mia Ali Baba, em Jalalabad, no Afeganistão


Mohammad Ali, de 36 anos, bebe água durante o seu encarceramento
Mohammad Ali, de 36 anos, bebe água durante o seu encarceramento


Mohammad comendo pão durante no santuário
Mohammad comendo pão durante no santuário