domingo, 30 de junho de 2013

Dois suspeitos de participar da morte do menino boliviano são detidos.

Mão do menino Bryan participou de protesto em frente à delegacia

A polícia deteve, nesta sexta-feira, dois suspeitos de participar da morte do garoto boliviano Bryan Yanarico Capcha, de 5 anos, durante assalto na madrugada de sexta, em São Mateus, Zona Leste da capital de São Paulo. Segundo o site G1, a Secretaria de Segurança Pública considera a dupla apenas como "averiguados" e não divulgou detalhes da detenção. À noite, um grupo de bolivianos protestava em frente à 49ª DP (São Mateus).
O menino foi assassinado com um tiro na cabeça durante assalto realizado por seis homens encapuzados, que invadiram a casa da família. O menino, que era filho único, foi baleado porque chorava durante o assalto, de acordo com a polícia.
Os bandidos invadiram a casa por volta da 0h40m, quando o pai e o tio do garoto chegavam. Os criminosos mantiveram reféns oito adultos e duas crianças. na casa, moram bolivianos que trabalham com oficina de costura. A casa fica numa viela.
Bryan e seus pais, Veronica Capcha e Edberto Yanarico Quiuchaca, foram levados para um quarto na parte de cima de casa. O pai ficou sob a mira de uma faca enquanto a mãe foi obrigada a ficar de joelhos. Bryan estava no colo e começou a chorar.
Os bolivianos chegaram a entregar R$ 4,5 mil aos ladrões. Os pais do garoto deram R$ 3,5 mil. O tio entregou R$ 1 mil. Mas os bandidos exigiam mais dinheiro e passaram a ameaçar as vítimas com uso de facas e revólveres.
Assustado, o menino começou a chorar. A mãe contou à polícia que segurou o filho e tentou acalmá-lo, mas ele não parava de chorar. Irritado, um dos bandidos atirou na cabeça dele. Ele foi socorrido por um vizinho e levado para o Hospital São Mateus, mas já chegou morto, segundo a equipe médica que o atendeu.
- Meu filho dizia "não me mate, não quero morrer. Não matem a minha mamãe" - contou a costureira Veronica. Ela chegou a abrir a carteira e mostrá-la vazia para provar que não tinham mais dinheiro. Segundo ela, o criminoso gritava para o menino "parar de chorar" e não chamar a atenção dos vizinhos. O casal está no Brasil há seis meses, vindo da Bolívia. Eles contaram à polícia que estão em situação legal no país.
Polícia chocada com crime
A polícia investiga a possibilidade de os bandidos conhecerem as vítimas e também não descarta a hipótese de a motivação do crime ter sido por vingança, devido à crueldade contra a criança.
O assassinato chocou até os policiais que cuidam do caso, que se referiram aos criminosos, no boletim de ocorrência, como "insaciáveis, extremamente agressivos e cruéis, demonstrando profunda depravação espiritual".