sexta-feira, 14 de junho de 2013

Delegado indicia três engenheiros por desabamento de prédio em BH

Três engenheiros foram indiciados pela Polícia Civil no inquérito que apurou as causas do desabamento de um prédio no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Hi. As conclusões foram divulgadas nesta sexta-feira (14) pelo delegado Rodrigo Damiano, responsável pelas investigações. De acordo com o delegado, o desabamento foi causado pela ausência de uma rede de drenagem adequada no quarteirão onde o prédio estava localizado associada à falta de rede de drenagem no edifício. O desabamento aconteceu no dia 2 de janeiro de 2012, deixando uma pessoa morta e outra ferida.
“A Rua Passa Quatro não tinha uma rede pluvial adequada, o que determinou infiltrações no solo, causando o afundamento do piso asfáltico. Por outro lado, o prédio, chamado de Edifício do Carmo, não tinha qualquer rede de drenagem pluvial. Então, a água da chuva caía diretamente no solo e na estrutura do edifício, o que levou ao comprometimento da estrutura. Então, quando a Rua Passa Quatro cede e afunda, ela encontra um prédio já com a sua estrutura abalada, o que determina o colapso da estrutura”, explicou Damiano.
Os engenheiros vão responder por homicídio culposo com pena aumentada por imperícia no exercício da profissão, por lesão corporal culposa e por desabamento. Segundo o delegado, os três crimes têm pena prevista em seis anos de prisão.
Damiano também informou que o engenheiro responsável pela obra da rua alegou em depoimento que uma rede superficial de drenagem seria suficiente, o que foi reprovado pela perícia. Laudos que constam no inquérito mostram que a rua tinha apenas sarjeta e escoadouro de água junto ao meio-fio. Já um dos engenheiros responsáveis pela obra do prédio teria informado que desconhecia a existência ou não de uma rede no edifício.
Ainda de acordo com Damiano, antes do desabamento, a Defesa Civil havia notificado os moradores para a realização de obras estruturais. O órgão não foi responsabilizado criminalmente. O delegado explicou que laudos apontaram que o edifício aguentaria a reforma, e somente caiu por causa do afundamento da rua.
O inquérito vai ser encaminhado à Justiça na segunda-feira (17). Rodrigo Damiano afirmou que não pediu a prisão dos indiciados porque eles têm residência fixa, trabalho e não têm antecedentes criminais.