domingo, 16 de junho de 2013

Brasil é fulminante contra japoneses na estreia da Copa das Confederações

Albari Rosa, enviado especial / Gazeta do Povo / Trégua com a torcida: jogadores da seleção festejam o gol de Neymar, primeiro do 3 a 0 contra os japoneses, em Brasília
Um público que se anunciava crítico – a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, vaiados antes do jogo, que o digam – não teve tempo de estender suas cobranças ao campo. Com três minutos de jogo, o golaço de Neymar já fazia a seleção brasileira vencer o Japão. O mesmo aconteceu no segundo tempo. Dois minutos e Paulinho fez mais um. No último lance de Oscar e gol de Jô. Só motivos para festa.
Mas também sem grandes picos de empolgação, como parece será o estilo da arquibancada brasileira nos dois anos de torneios da Fifa no país.

Os jogadores aproveitaram o momento para elogiar. “A torcida foi maravilhosa o tempo inteiro. O gol cedo ajudou que torcida e time entrassem na mesma sintonia, e a gente acredita que vai ser assim em todos os estádios da Copa das Confederações”, discursou o lateral-direito Daniel Alves.
Se no dia anterior Neymar chegou a ser cornetado por torcedores que acompanharam o treino de reconhecimento do Estádio Nacional Mané Garrincha, e nos amistosos preparatórios foi alvo de algumas vaias, ontem não demorou a ouvir seu nome gritado pela torcida. Reflexo do chute na gaveta de Kawashima após bola ajeitada por Fred. Estava quebrado o gelo.
A orientação do técnico Luiz Felipe Scolari de ganhar a torcida logo no início foi cumprida à risca. “O gol no começo e a vitória tiraram um peso grande das nossas costas. Acho que a partir de agora, com respaldo da torcida, confiando mais na seleção, vamos ter mais tranquilidade”, disse o atacante Jô, que naquele momento era apenas mais um torcedor no banco de reservas.
Se não houve espaço para contestações, também não dá para dizer que a seleção foi empurrada pela arquibancada – preenchida por um público bem diferente do que fanáticas torcidas de qualquer clube de massa. Quando Neymar foi bater um escanteio em meados de segundo tempo e fez gestos pedindo apoio, recebeu como resposta uma gritaria efêmera. A bola entrou em jogo e a agitação passou.
Os únicos momentos de tímida cobrança foram no meio do primeiro tempo, quando o time diminuiu um pouco o ritmo. Vaias foram ouvidas em um recuo para o goleiro Júlio César e começaram os pedidos pela entrada de Lucas.
Além da comemoração dos gols e exclamações coletivas após belos lances, como um chapéu e pedaladas de Neymar, apoio mesmo a torcida deu pela primeira vez aos 21 minutos do segundo tempo, com gritos de “Le-le-le-ô, Brasil!” e depois ao vaiar muito o japonês Honda que se preparava para cobrar uma falta perigosa. No final, já nos acréscimos, se divertiu gritando “olé” e comemorando o último golzinho.
A seleção volta a campo na quarta-feira, em Fortaleza, contra o México. O duelo será às 16 horas.