terça-feira, 4 de junho de 2013

Batalhão de Choque usa gás e bala de borracha para dispersar protesto de estudantes na Paralela


Uma manifestação de estudantes do curso de Medicina da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FTC) terminou em confusão na manhã desta terça-feira (4) na avenida Paralela, em Salvador. Os estudantes fecharam a via contra o atraso no pagamento dos professores, mas foram retirados por policiais da tropa de Choque.
Segundo a assessoria da instituição, os policiais utilizaram gás de pimenta e balas de borracha para dispersar a manifestação. Houve correria e alguns estudantes ficaram feridos pelos disparos.
Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou socorro aos estudantes. Os ferimentos não foram graves, segundo a instituição.
Segundo informações do major Cesar Castro, comandante da 82ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Paralela), o Batalhão de Choque foi chamado depois que os estudantes se negaram a liberar a Paralela.
O protesto começou por volta das 8h30, quando os alunos desceram das vias que dão acesso à faculdade e bloquearam o trânsito na avenida Paralela, copando todas as vias no sentido Aeroporto. Uma equipe da 82ª CIPM foi até o local para negociar com os manifestantes, mas não conseguiu liberar avenida.
"Já fizemos reuniões com os alunos e ficou combinado que todo protesto seria realizado apenas nas vias de cima, para evitar maiores transtornos no trânsito para a população. Só que eles desceram", explicou o major Castro.
Ainda de acordo com o major, foi solicitado que o grupo liberasse duas vias à esquerda para o trânsito fluir, mas o grupo não aceitou. "Eles só liberaram uma via e disseram que só sairiam de lá com a chegada da imprensa e do presidente da faculdade. Por isso tivemos que pedir apoio do Batalhão de Choque", salientou.
Com a chegada da tropa, os policiais militares usaram gás de pimenta, balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes e liberar a via, segundo a assessoria da FTC. 
"A PM não tem interesse de fazer esse tipo de intervenção, até porque não temos ferramenta para isso. Tentamos conscientizar sobre a liberação da via. Nos conversamos, negociamos e fizemos de tudo para achar um meio de resolver, mas eles estavam bastante determinados a não liberar a via", concluiu.
Em nota, a Polícia Militar informou que não impediu que os estudantes realizassem a manifestação e foi sugerido que eles fossem para o canteiro central da avenida, sem que houvesse a interdição do tráfego. 
"Para restabelecer a ordem pública, a tropa especializada utilizou bomba de gás e balas de borracha como técnica policial necessária no intuito de evitar o uso da força física, garantindo assim o direito de ir e vir dos cidadãos",  diz a nota.
Ao Correio 24 horas, a assessoria da FTC informou que, após os protestos, os estudantes sentaram para negociar com o presidente e o vice-presidente da instituição. Ainda de acordo com a assessoria, o pagamento dos professores referente ao mês de abril, alvo do protesto dos estudantes, deve ser feito até o final da semana.