terça-feira, 18 de junho de 2013

Após tentativa de invasão do Palácio Iguaçu, PM dispersa manifestantes

Daniel Castellano/Gazeta do Povo / Manifestantes no Palácio Iguaçu em meio à fumaça das bombas lançadas pelos policiais
A manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus em Curitiba começou pacífica, mas terminou em tumulto por volta das 22 horas desta segunda-feira (17), quando um grupo de manifestantes se dirigiu ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado. Ao menos uma pessoa ficou ferida após a confusão e há registro de prisões feitas por policiais à paisana. A informação exata sobre o número de presos não foi confirmada pela Polícia Militar. Segundo a Polícia Civil, os detidos seriam encaminhados ao 1º Distrito ainda na madrugada desta terça.
A confusão em frente ao Palácio começou quando um grupo de cerca de 20 pessoas que se concentrou em frente à sede do governo do estado, jogou pedras e tentou invadir o prédio. Houve tumulto e a Polícia Militar lançou bombas de efeito moral. Segundo os organizadores do protesto, o vandalismo foi cometido por uma minoria que não fazia parte da organização da manifestação. Por volta das 23h20, os manifestantes começaram a se dispersar.
O fotógrafo Fernando Fávero ficou ferido durante a manifestação. Ele estava próximo aos manifestantes que depredavam o prédio quando uma bomba foi lançada próximo ao local. Ele teve ferimentos na cabeça, na altura da orelha. De acordo com pessoas que estavam no local, pelo menos dez bombas foram lançadas.
Os danos foram causados na entrada da garagem do Palácio Iguaçu, pelo lado esquerdo. A porta começou a ceder, mas os manifestantes não conseguiram entrar no prédio. A polícia reagiu com bombas de efeito moral e houve confronto com uma parte dos manifestantes. Às 23 horas, a Tropa de Choque da PM continuava posicionada em frente ao Palácio. A maior parte dos manifestantes já havia se dispersado por volta desse horário.
A névoa causada pelo gás lacrimogêneo das bombas de efeito moral lançadas pela Polícia Militar podia ser vista desde o Shopping Mueller, na Avenida Cândido de Abreu. O gás das bombas continuava forte e causando irritação nas pessoas que estavam no local por volta das 23 horas. Também houve tentativa de incêndio na guarita do estacionamento da Praça Nossa Senhora do Salete.
Governador
Por meio do Twitter, o governador Beto Richa (PSDB) defendeu a ação da polícia. "Apenas evitamos invasão do Palácio Iguaçu, patrimônio de todos os paranaenses", publicou ele. Em outro post, Richa atribuiu a tentativa de invasão a uma minoria. "Ação de 30 em meio a uma multidão que protestava pacificamente. Não podemos permitir depredação do patrimônio público".
A manifestação em Curitiba começou por volta das 18 horas e transcorreu de maneira pacífica pela centro da cidade. Os manifestantes chegaram à Praça Nossa Senhora da Salete, em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, por volta das 21h50. Um grupo teria pichado uma das paredes do Palácio Iguaçu, mas outros manifestantes se organizaram para limpar. A maioria das pessoas presentes no local pedia para não haver vandalismo e criticava a ação desse grupo. Uma grande parte dos manifestantes ficou na Praça Santos Andrade, último ponto da passeata, e não seguiu ao Centro Cívico.
No fim da tarde, cerca de 10 mil manifestantes, segundo estimativa da PM, participaram do protesto, o terceiro contra o aumento das tarifas do transporte público na cidade. A manifestação, que começou por volta das 18 horas na Boca Maldita, percorreu várias ruas do centro da cidade e deixou complicado o trânsito na região.
No total, 30,2 mil pessoas confirmaram apoio ao evento, via Facebook, até as 20h30 desta segunda-feira. A PM não divulgou o número de policiais que acompanhou a manifestação. Havia oficiais à paisana entre os manifestantes. Policiais fardados acompanharam o grupo à distância e a ordem é agir somente se necessário.