segunda-feira, 8 de abril de 2013

Vinte e seis PMs serão julgados por 15 mortes no massacre do carandiru



Vinte e seis policiais militares serão julgados, a partir desta segunda-feira (8), em São Paulo, pelo caso que ficou conhecido há mais de vinte anos como massacre do carandiru. Os réus respondem em liberdade pelos assassinatos de 15 dos 111 presos mortos do Pavilhão 9 da Casa de Detenção. O júri popular dos PMs deve ter início às 9h no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da capital. A previsão é que a sentença seja conhecida em até duas semanas devido à quantidade de réus e testemunhas para serem ouvidas.

No dia da matança dos detentos, em 2 de outubro de 1992, grupos de elite da Polícia Militar, armados com revólveres, pistolas, espingardas, submetralhadoras e lançadores de granadas de gás, invadiram o presídio para conter uma rebelião. Cavalos e cães também foram usados. Revólveres, barras de ferro, estiletes, marreta de ferro e porções de droga teriam sido apreendidos pelos PMs com os presidiários.


O resultado da ação policial, no entanto, foi trágico para os presos. Rastros de sangue pelo chão levavam aos corpos deles, crivados de balas, principalmente nas cabeças, troncos e braços. Amontados, como se quisessem se proteger, eles permaneceram sem vida dentro das celas e corredores daqueles quatro andares da unidade prisional.


Duas décadas depois, sete jurados vão começar a decidir nesta manhã se os policiais são culpados ou inocentes do crime de homicídio doloso qualificado (quando há intenção de matar, sem dar chance de a vítima se defender) contra cada um dos detentos. Para o Ministério Público, responsável pela acusação, os PMs executaram as vítimas e, por esse motivo, deveriam ser condenados à prisão pelas mortes que provocaram. O juiz José Augusto Nardy Marzagão preside o júri.