sexta-feira, 26 de abril de 2013

Troca de elogíos; Advogado e promotor xingam-e de "canalha" durante júri de bola


O advogado Ércio Quaresma, defensor do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", bateu boca com o promotor Henry Castro, representante do Ministério Público (MP) durante o depoimento do ex-delegado Edson Moreira, responsável pela chefia do inquérito sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e três meses de prisão por ser o mandante do crime.

Castro pretendia indeferir as perguntas feitas por Quaresma porque, na ótica do promotor, o advogado de defesa fazia argumentações "indevidas" antes das perguntas que estava dirigindo ao ex-delegado. O promotor queria que as inquirições fossem feitas de maneira objetiva para a testemunha.

Após uma pergunta [inaudível para os presentes na sala do júri] feita por Quaresma ao ex-policial, o promotor tomou a palavra, exaltado, e disse que o advogado estava tendo uma atitude canalha. Em resposta, foi também chamado de "canalha". "Você que é o canalha, e eu vou provar", retrucou Quaresma.

O clima esquentou e foi preciso a intervenção da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, que ameaçou suspender o depoimento do ex-delegado. O julgamento de Bola entrou no quarto dia com a retomada do depoimento de Moreira.

Mais cedo, Quaresma teria insinuado que o MP investiga, de maneira sigilosa, a sua suposta participação no caso. Castro tomou a palavra e afirmou nunca ter dito que Quaresma era alvo de investigação, "mas se a carapuça lhe servir, é problema do senhor", disse Castro.

Em troca, Quaresma afirmou que, na hipótese de o promotor ter alguma investigação em curso contra ele, "vai cair de quatro".