quarta-feira, 24 de abril de 2013

Quadrilhas com sede no ES agiam com aliciadores do Rio e São Paulo

Divulgação


A “Pesquisa sobre tráfico de mulheres, crianças e adolescentes para fins de exploração sexual comercial – Pestraf”, publicada em 2002, ainda é considerado um dos estudos mais completos acerca do tráfico humano no Brasil. Após ser divulgado, o levantamento acarretou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, que investigou redes de exploração sexual de jovens.
Embora as pesquisas de campo que embasaram o estudo não tenham sido desenvolvidas em terras capixabas, a Pestraf já apontava - através de levantamento na mídia, inquéritos, processos e estudos de caso - que o Espírito Santo servia como rotas de tráfico nacional e internacional de pessoas.
Além disso, entre os anos de 2005 e 2011, investigações da Polícia Federal confirmaram que, além de rota, o Espírito Santo sediava, pelo menos, cinco quadrilhas acusadas de enviar capixabas para o exterior, com fins de exploração sexual. Segundo o Chefe da Delegacia de Defesa Institucional da Polícia Federal no Espírito Santo, Leonardo Rabello, os grupos teriam feito mais de 40 vítimas no período.
“O núcleo principal dessas quadrilhas estavam sediadas no Espírito Santo e mantinha relação com aliciadores do Rio de Janeiro e São Paulo e, claro, com traficantes de outros países”, explica o Chefe da Delegacia de Defesa Institucional da Polícia Federal no Espírito Santo, Leonardo Rabello.
Dentre as principais rotas de atuação dos traficantes estão Itália, Suíça e Portugal. De acordo com o delegado, as quadrilhas detidas no Espírito Santo possuem como características o pequeno número de integrantes, no máximo sete pessoas, e a execução de tarefas previamente determinadas.
“Notamos que os grupos não são muito grandes, mas cada um dos integrantes possui funções muito bem definidas. Alguns são especializados em coação às famílias. Vão até a casa da vítima, ameaçam os familiares com o único objetivo de gerar alguma repercussão, alguma intimidação da própria vítima”, explica.