Cerca de 40 evangélicos chegaram
cedo à sala de reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara nesta
quarta-feira (10) e fizeram orações antes da sessão, marcada para as
14h, começar. “Aleluia, glória Deus!”, disse uma senhora evangélica,
sendo acompanhada por gritos de “amém”. Em seguida, um jovem religioso
falou para a plateia de evangélicos: “Nós temos um sonho, de proteger a
família brasileira, a família dentro dos padrões.” Ele foi acompanhado
por mais gritos de “amém” e “aleluia”. O único ativista gay que havia
conseguido entrar na comissão às 13h30 desta quarta retrucou em alto
tom. “Você sabe o que é amor? Eu sei. Tenho uma família há cinco anos
com meu marido. Então não transformem isso aqui num culto, não, isso não
é igreja!”. Logo em seguida seguranças da Câmara intervieram e pediram
silêncio. Por pressão do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, de
líderes partidários e do próprio PSC, o presidente da Comissão de
Direitos Humanos, Marco Feliciano (PSC-SP), decidiu reabrir as sessões
da comissão para populares. Na última quarta (3), ele havia conseguido
aprovar requerimento para proibir a entrada do público nas reuniões.